Consultas depois da morte, um dos mistérios da Prevent Senior
O estranho caso da mulher que médicos dizem estar morta há 17 meses mas foi atendida no mês passado, segundo disse um diretor da empresa à CPI

Semana passada, um diretor da Prevent Senior levou à CPI da Pandemia uma lista de 636 pessoas que receberam tratamento médico-hospitalar no início da pandemia.
Pedro Benedito Batista Júnior exibiu a documentação no plenário da comissão, e indicou aos senadores: “Gostaria que vocês prestassem atenção no quinto paciente do primeiro grupo, de cima pra baixo: MCO, 70 anos, sexo feminino. O.k.?”
Acrescentou, se referindo ao grupo de médicos que denunciou à imprensa ao menos nove omissões de mortes por Covid-19 na Prevent Senior, no ano passado: “Essa paciente – MCO, 70 anos, feminino – eles colocaram como morta, mas a paciente está viva, senadores. Ela passou em consulta agora no último dia 7 de setembro conosco. O.k.?”
Na sequência, a CPI convocou a advogada dos médicos. Bruna Mendes dos Santos Morato, na última terça-feira, citou o caso, brevemente, durante as … horas de depoimento. “Eu fiz a verificação de cada um dos óbitos”, disse, “as pessoas continuam falecidas.”
“Eu achei muito interessante” — continuou — “o fato de o doutor Pedro Batista ter dito aqui que a paciente foi até o plano de saúde [no último 7 de setembro]. É uma situação um tanto quanto atípica, porque ela está no registro nacional de óbitos.”
A CPI termina dentro 20 dias. É tempo suficiente para desvendar o mistério de pacientes de um plano de saúde atendidos em consulta médica 17 meses depois da morte oficial.