“A OTAN não busca objetivos estatutários, mas a criação de território sob comando dos EUA, em linha com a tentativa de perpetuar o mesmo mundo unipolar (…) Assim como antes, muitos de nós estamos convencidos de que a posição real da Ucrânia é determinada em Washington, Londres e outras capitais do Ocidente. Portanto, dizem nossos cientistas políticos, por que falar com o gabinete de [Volodymyr] Zelensky? É preciso falar com os americanos e é necessário negociar com eles, chegar a um acordo com eles. Porém, nós continuamos negociando com a equipe de Zelensky, e esses contatos continuarão Essa é nossa posição por princípios, nós partimos daí. […] Gostaria muito que esses riscos [de guerra nuclear] não fossem artificialmente inflados, e há muitos que querem. O risco é sério, é real, e não pode ser subestimado (…) Eles [os países ocidentais] deixam claro que não podemos decidir o que é necessário para a nossa segurança. Eles também vão levar a linha de defesa de sua ‘aliança defensiva’ para o mar do Sul da China (…) Os Estados Unidos decidem de forma espontânea que algum lugar a dez mil quilômetros de distância é uma ameaça aos seus interesses — seja na Iugoslávia, Iraque ou outros lugares no Oriente Médio —, enviam tropas, bombardeiam infraestrutura civil sem pensar duas vezes, sem problemas legais, sem checar a lei internacional e a Carta da ONU, como fizeram em Belgrado, quando explodiram pontes, trens de passageiros e uma emissora de televisão.”
(Sergei Lavrov, chanceler do governo Vladimir Putin, em entrevista ao canal russo Channel 1 sobre os rumos da guerra na Ucrânia.)