Bolsonaro está mais perto de Lula, mas preso à memória da pandemia
Repúdio ao desempenho na pandemia permanece cristalizado em torno de 60% — 20 pontos acima da aprovação da conduta na presidência
Encolheu, e muito, a distância entre Lula e Bolsonaro, se considerada a média das pesquisas dos últimos 15 meses até esta semana. Já oscilou entre 15 e 20 pontos percentuais. Desceu para cerca de 10 poucas semanas antes do primeiro turno.
Agora, a 18 dias da rodada final, flutua no patamar de cinco pontos, em coerência com os resultados das urnas no 2 de outubro — Lula ficou com 48,4% dos votos, Bolsonaro com 43,2%.
Placar apertado assim, lembra o sociólogo Antonio Lavareda, do Ipespe, só se viu em 1989, quando Fernando Collor derrotou Lula, e em 2014, quando Dilma Rousseff venceu Aécio Neves. Prevê-se duas semanas de fortes emoções.
Há uma novidade no leque de influências eleitorais: o efeito pandemia. As pesquisas expõem a resiliência da memória dos desastres do governo durante a crise pandêmica.
O repúdio ao desempenho de Bolsonaro permanece cristalizado em torno de 60%, o que é significativo. Na sondagem do Ipespe, divulgada ontem, se mantém estável em 20 pontos acima da aprovação da conduta dele na presidência.