Alemanha pressiona Brasil por acordo sobre minerais críticos
União Europeia, EUA e mais seis países promovem ofensiva diplomática inédita, e coordenada, para escapar da hegemonia da China no abastecimento mundial

Annalena Baerbock, ministra das Relações Exteriores da Alemanha, reforçou ao governo brasileiro a proposta de um acordo para investimentos na exploração das reservas brasileiras de minerais críticos à transição energética.
Em São Paulo, Baerbock mencionou a uma plateia de executivos e estudantes o interesse da Alemanha numa produção brasileira de lítio, essencial a equipamentos como baterias e painéis solares: “Se conseguirmos garantir que o lítio seja extraído e processado no Brasil, tornaremos a produção [do Ocidente] mais independente, vamos gerar empregos, valor agregado, e isso nos torna menos dependentes.”
O governo brasileiro enfrenta pressão inédita, e coordenada, da União Europeia, Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Noruega, Canadá, Austrália e Coreia do Sul. Tentam garantir alternativa à China no abastecimento de minerais considerados críticos.
Os chineses controlam grande parte do suprimento mundial de partes e componentes industriais elaborados com lítio, níquel, cola e cobre, entre outros materiais estratégicos à produção industrial e energética.
Brasil, Argentina, Chile e Bolívia detêm reservas em escala suficiente para mitigar os problemas com o fluxo de insumos básicos da China, iniciados na pandemia e agravados na guerra comercial e tecnológica com os Estados Unidos e a Europa.
Uma das dificuldades é a indefinição do governo e do Congresso sobre a política nacional para prospecção, exploração e beneficiamento dessas matérias-primas que o mundo disputa. Outra é a aproximação com a China, esboçada pelo governo Lula.