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Informação e análise
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A aposta de Lula no confronto com Ciro Gomes

Líder petista autoriza campanha pelo voto útil para desidratar o adversário do PDT, que classifica manobra como "canalhice do bolsopetismo"

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 set 2022, 17h13 - Publicado em 8 set 2022, 17h12

A imagem de um breve diálogo entre Jair Bolsonaro e Ciro Gomes na semana passada, no  debate da Rede Bandeirantes, virou símbolo de uma ofensiva de aliados de Lula pelo voto útil. A campanha é contra o candidato do PDT, que aparece em terceiro lugar nas pesquisas, no patamar de 9% da preferência eleitoral.

Ciro Gomes contou o que aconteceu: “Por sorteio, Bolsonaro ficou do meu lado. Então, eu cheguei, dei um abraço afetuoso no Lula, desejei felicidades para ele no debate (…) Cumprimentei o Bolsonaro de mão, e ele falou ao meu ouvido: ‘Ô Ciro, vai deixar o Lula voltar?’ Eu disse: ‘Isso é problema seu. Renuncia que eu derroto ele.’ Foi isso que eu fiz.”

No comitê central de campanha de Lula projetam-se ações nas próximas duas semanas para desidratar a candidatura do adversário do PDT. É um tipo de manobra eleitoral complexa, com riscos óbvios, sempre elevados. Mas o líder petista resolveu apostar.

“Não tem porque ter vergonha de tentar ganhar no primeiro turno”, ele disse aos assessores no início desta semana, aparentemente com a intenção de que fosse divulgado. “Se quem tem 5% sonha em ter 40% porque quem tem mais de 40% não pode sonhar em ter mais um tiquinho e ganhar no primeiro turno?”

Acrescentou: “De todas as eleições que eu participei, nunca tivemos a chance de resolver no primeiro turno como temos nessas eleições. E não temos que ter vergonha de dizer isso.”

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Funcionou como senha para o engajamento de lulistas numa campanha de voto útil contra Ciro Gomes. O argumento básico foi extraído de pesquisas sobre a intenção de voto no segundo turno.

Nas sondagens da Quaest, por exemplo, pergunta-se: “Num eventual segundo turno, quem seu candidato deve apoiar?” Lula tem preferência crescente entre eleitores de Ciro Gomes como alternativa para voto numa segunda rodada. Na quarta-feira 31 de agosto foi citado por 48%, nesta semana  recebeu menções de 56%. Bolsonaro caiu de 20% para 17%.

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(./VEJA)

Não se conhece caso de utilitarismo em processo eleitoral isento de arguições éticas, porque, na essência, confronta a ideia de democracia do voto, de livre escolha do eleitor.

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Ciro Gomes retrucou, em vídeo divulgado ontem. Classificou como “canalhice do bolsopetismo” e relatou o diálogo com Bolsonaro, minutos antes do debate, com ironia: “À propósito, antes de começar o debate, eu disse: ‘Olha aí, pessoal. Vamos pegar leve que que sou candidato a presidente da associação dos candidatos e eu quero o voto de todos vocês pra mim’. Eu sou assim, sabe?”

Continuou: “Eu não tenho ódio de ninguém, portanto, eu cumprimento qualquer pessoa que queira conversar comigo, sem nenhum problema. Agora, daí pra frente, meu irmão, eu sou uma pessoa que disse, por exemplo, naquele debate, que o Lula avacalhou-se. O Bolsonaro foi pra cima do Lula denunciando corrupção, e o Lula escapuliu de banda, todo enfraquecido. Todo mundo viu isso. Eu fui pra cima do Bolsonaro e disse: ‘Você corrompeu suas esposas e seus filhos.’ Tem coisa mais dura para alguém dizer? Fui eu quem disse, não foi o Lula. E sabe por quê? Porque o Lula não tem moral para enfrentar o Bolsonaro, e eu tenho.”

Aliados de Lula iniciaram a ofensiva pelo voto útil esgrimindo nas redes sociais com mensagens do tipo “votar em Ciro ajuda Bolsonaro”. A campanha do candidato do PDT preparou uma resposta: “Não vote em ladrão”.

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