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Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.
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Morte de Bruno e Dom tem as digitais do Planalto

Catástrofe ambiental no Brasil de Bolsonaro nos envergonha perante o mundo

Por Jorge Pontes
Atualizado em 16 jun 2022, 18h22 - Publicado em 16 jun 2022, 14h51

A execução de indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, por pescadores ilegais, não foi um fato isolado. A tragédia do Vale do Javari é, em grande parte, fruto das políticas ambientais desastrosas do atual governo federal em relação à Amazônia.

Jair Bolsonaro operou, desde que assumiu, em 2019, um verdadeiro desmonte da capacidade de fiscalizar, reprimir e multar transgressores ambientais, promovendo assim o recrudescimento de uma situação que já era ruim, por intermédio do empoderamento de madeireiros, grileiros e garimpeiros que atuam naquela região.

Por isso, pedir justiça para Bruno e Dom significa também iniciar uma investigação ampla, para além desse duplo homicídio, para buscarmos, nesse governo, os responsáveis – objetivamente – pelo desmonte das estruturas de fiscalização ambiental e pelo afrouxamento das suas normas.

Trata-se de um caso clássico de delinquência institucionalizada, quando as atividades criminosas – mesmo as que ocorrem na selva amazônica – contam com o beneplácito oficial e são contempladas por normas sob medida, indicações, nomeações e atos formais, assinados por autoridades e publicadas em diários oficiais.

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Nesse caso, ao invés de aplicarmos o “follow the money”, devemos lançar mão do “follow the pen”, buscando o dono da caneta que promoveu os atos que desmontaram nossas estruturas de enfrentamento a essa criminalidade ambiental organizada que destrói nossas florestas, polui nossos rios com mercúrio e coloca em risco a vida das inúmeras etnias dos povos originários que vivem naquela região.

Todos esses absurdos tiveram como suporte doutrinas geopolíticas ultrapassadas, que enxergam perigos em ONGs, mas não os enxergam nos garimpos ilegais. O ideário bolsonarista bebe nessa fonte, que alimenta obsessões por ameaças de potências estrangeiras, cobiça internacional sobre a Amazônia e outros entulhos ideológicos que, em pleno século XXI, tangenciam o ridículo.

A ausência de estado na Amazônia é crônica e sempre existiu. Isso é fato. A novidade agora é que a omissão é um projeto deliberado de empoderamento da criminalidade ambiental.

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