Jantar de Bolsonaro com empresariado foi para inglês ver
A recepção foi feita para tentar conter - ou abafar - o desembarque do PIB inteiro, atualmente em curso de maneira irreversível

Não poderíamos esperar nada muito diferente do jantar oferecido em São Paulo, ao presidente Jair Bolsonaro, na noite da última quarta-feira, por Washington Cinel, dono da Gocil, empresa do ramo da segurança privada.
Temos que entender que foi um jantar, um momento social, com o presidente da República. O sujeito é um desastre, mas ainda está investido do cargo de chefe de governo.
É também inocência achar que os empresários presentes iriam emparedar o presidente. Óbvio que nessas situações não há espaço para hostilidades. Isso sem falar que certamente houve uma boa peneira na escolha dos nomes para o evento.
Bolsonaro levou Paulo Guedes à tira-colo, para seguir prometendo o que não entregará; e ainda o capitão da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, que vem fazendo um feijão com arroz que é vendido como lagosta. Um display que nos dá a medida da mediocridade desse governo.
Um conversa amena de entrada, e, como prato principal, uma salva de palmas para o presidente de República, após as bravatas de sempre, tudo bem temperado com os palavrões da estação.
A turma da Faria Lima ainda está tentando salvar alguma coisa, emplacar alguma das reformas prometidas. Afinal, a esperança é a última que morre…
O jantar na casa do dono da Gocil, em realidade, deve ser lido como um momento de fraqueza do presidente. A recepção foi feita para tentar conter – ou abafar – o desembarque do PIB inteiro, atualmente em curso de maneira irreversível.
O único objetivo do encontro foi alcançado: produzir a notícia da salva de palmas recebida pelo presidente. E só.