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O jardineiro casual

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Flor-de-maio: o cacto que oferece beleza em vez de espinhos

A flor-de-maio – nome vulgar da espécie Schlumbergera truncata – é uma dessas plantas que a gente tende a menosprezar a maior parte do ano. Trata-se, afinal, de um verdadeiro lugar-comum botânico: desde os tempos dos jardins das vovós, ela está por aí pendurada em qualquer varanda ou acomodada em cachepôs sobre algum móvel da sala-de-estar. […]

Por Marcelo Marthe Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 22h24 - Publicado em 28 jun 2016, 18h34

iStock/Getty Images

A flor-de-maio – nome vulgar da espécie Schlumbergera truncata – é uma dessas plantas que a gente tende a menosprezar a maior parte do ano. Trata-se, afinal, de um verdadeiro lugar-comum botânico: desde os tempos dos jardins das vovós, ela está por aí pendurada em qualquer varanda ou acomodada em cachepôs sobre algum móvel da sala-de-estar. É também uma campeã de popularidade nas floras – prontinha para empurrada pelos vendedores toda vez que o consumidor busca por uma planta “para iniciantes”.

Schlumbergera truncata03
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Reprodução/Commons

Isso tudo é verdade, sim. Mas, como eu mesmo pude sentir esta semana, o fato de ser arroz-de-festa não elimina o valor extraordinário e o prazer de ter uma flor-de-maio dentro de casa. E o prazer está justamente no milagre que se opera, do nada, em seu metabolismo. Durante a maior parte do ano, a flor-de-maio é uma coisinha discreta, com seus ramos formados por gomos frágeis e sempre-verdes soltando no máximo novos brotos. De repente, em algum momento entre o final do outono e início do inverno, eis que aquela planta sem graça explode em botões com formas e cores extremamente vistosas – as minhas, por exemplo, estão bombando no momento.

Depois de florescer, ela muitas vezes murcha, perde parte dos gomos e passa o resto do ano inteiro tentando se recuperar do esforço excruciante do florescimento.

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Schlumbergera truncata02

Reprodução/Commons

A flor-de-maio é da família dos cactos, mas não tem espinhos. No seu habitat original, a Mata Atlântica, ela apresenta comportamento de epífita. Ou seja: assim como as orquídeas e muitas bromélias, usa os troncos de árvores como suporte. Graças ao melhoramento hortícola, a variedade de cores hoje disponível no mercado é imensa. Dá para se esbaldar, como você pode conferir nas fotos que ilustram este post.

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Single pink Christmas Cactus flower pohotographed against a green defoucsed background in matural light.

iStock/Getty Images

Apesar de a flor-de-maio ser uma planta de cultivo tranquilo e favorável, alguns cuidados são obrigatórios para evitar dissabores. Eis um guia básico para ser bem-sucedido:

1) SOLO – Como se trata de uma suculenta, a flor-de-maio exige drenagem perfeita. Ela aprecia, no entanto, bastante matéria orgânica. Por isso, plante-a em vasos com furos, preenchidos com pedriscos e areia no fundo e os dois terços restantes completados com terra vegetal. Curiosidade: se essas condições forem obedecidas, a flor-de-maio pode crescer muito e viver por anos em vasos de tamanho diminuto.

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Schlumbergera-truncata

Reprodução/Commons

2) REGAS – Não exagere e não deixe pratos cheios de água sob o vaso, para evitar o encharcamento e a podridão das raízes. Mas não deixe também de regar com frequência – duas a quatro vezes por semana, dependendo do clima. Ela gosta da terra ligeiramente úmida.

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3) LUZ – Aí está, talvez, a principal pegadinha. A flor-de-maio detesta receber sol diretamente, mas aprecia ambientes bem iluminados. Os lugares certos para ela, portanto, são varandas e interiores bem iluminados, mas frescos. Ou sob a copa de árvores.

Red flowers of Schlumbergera truncata

iStock/Getty Images

4) FLORESCIMENTO – A flor-de-maio solta seus botões quando duas variáveis se combinam: as noites se tornam mais longas e as temperaturas mínimas ficam próximas de 10-15 graus. E, assim, faz jus ao nome: no Sudeste brasileiro, essas condições ideais geralmente são registradas entre meados de maio e o final de junho.

5) ESTRESSE PÓS-FLORESCIMENTO – A flor-de-maio é uma espécie perene, ou seja, não morre após dar flores. Muitas vezes, porém, ela não resiste ao baque de sua explosão metabólica: após tanto esforço, os gomos do caule ficam murchos e quebram-se com facilidade. No extremo, a planta morre de estresse. Para evitar isso, é preciso redobrar os cuidados com a nutrição. Após o florescimento, aumente ligeiramente as regas e acrescente um pouco de húmus de minhoca ou adubo rico em fósforo (o “P” do consagrado trio NPK). Última dica: aproveite os gomos soltos para produzir novas mudas. É facílimo, basta fixar um pedaço deles em terra umedecida

 

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