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O jardineiro casual

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Ideias práticas e reflexões culturais sobre jardinagem, paisagismo e botânica
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Como a Poinsétia virou, a contragosto, a flor-símbolo do Natal

A planta mais manjada em toda parte nessa época do ano teve seu metabolismo alterado pela mão do homem para enfeitar o Natal brasileiro

Por Marcelo Marthe Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 21h05 - Publicado em 20 dez 2016, 18h21

Todo Natal, é aquela avalanche de que ninguém escapa: lá estão as poinsétias, vulgo “bico de papagaio”, a preencher arranjos festivos, canteiros de shopping center, jardineiras, jardins do tipo vertical.

Com seu vermelho aveludado e um recorte meio xadrez característico, a espécie de nome científico Euphorbia pulcherrima é mesmo inigualável para conferir aquele climão natalino a qualquer lugar. 

Por trás do lugar-comum, entretanto, há uma incrível saga de reengenharia botânica.

Nativa do México, país localizado no Hemisfério Norte, a poinsétia floresce normalmente no auge do inverno – ou seja, exatamente no período do natal nos Estados Unidos ou na Europa, onde há mais de um século virou um símbolo das festas de fim de ano.

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Em um país tropical e localizado no Hemisfério Sul, como é o caso do Brasil, a poinsétia mantém-se fiel à regra: floresce naturalmente no nosso inverno, lá por junho ou julho. E, se deixada crescer livremente, torna-se um arbusto grande, de 3 a 4 metros de altura. Ela carrega ainda outro traço que em nada lembra a fraternidade natalina: como típica representante da família das eufórbias, exsuda um látex tóxico bem pouco amigável. Suas partes vermelhas vistosas, por sinal, nem podem ser chamadas de flores: elas são, na verdade, folhas diferenciadas – daí o fato de serem tão duradouras. Na ponta de cada ramo é que se encontram as flores propriamente ditas. Embora minúsculas e acanhadas, elas são valiosas para atrair borboletas e beija-flores.

Como é possível, então,  encontrar tantas poinsétias florindo no calorão de dezembro do Brasil? É obra de um truque hortícola, oras: nas estufas de grandes produtores de plantas ornamentais, como na cidade paulista de Holambra, as poinsétias são mantidas em ambiente escuro por boa parte do ano, para retardar seu florescimento. Quando o Natal vai chegando, são submetidas a baixas temperaturas, o que faz seu relógio biológico reagir conforme se espera: elas se confundem e dão flor bem na virada do verão.

Mas não é possível enganar as plantas o tempo todo: se você conservar seu vasinho de poinsétia após o natal, ela vai crescer e dar flores quando seu metabolismo determinar – ou seja, em junho/julho.

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Vale relembrar, no programa abaixo, tudo sobre a poinsétia:

 

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