Morte de Juliana Marins revela ódio contra as mulheres nas redes
Perfil de publicitária virou alvo de ataques misóginos

Enquanto o Brasil lamenta a perda de Juliana Marins, 26, após cair em uma trilha em um vulcão da Indonésia e passar quatro dias sem resgate, uma outra faceta perversa do ser humano vem à tona diante de tamanha tragédia. Nas redes sociais, perfis, majoritariamente masculinos, passaram a atacar a publicitária, mesmo após a sua morte. O motivo? As fotos publicadas por ela praticando pole dance, usando biquini e posando com fantasias de carnaval. Alguns chegaram a afirmar que a jovem “estaria pagando os pecados”. “O esquerdismo, feminismo, promiscuidade e vulgaridade levam uma pessoa para o abismo”, escreveu, sem pudores, uma conta estampada com a bandeira do Brasil.
O acidente
A niteroiense Juliana Marins morreu após cair cerca de 600 metros no vulcão Rinjani, na Indonésia, durante uma trilha na sexta-feira, 20. Socorristas não conseguiram resgatá-la durante quatro dias, alegando dificuldades extremas — como terreno acidentado, rochas instáveis e condições climáticas adversas — para alcançá-la no desfiladeiro onde ficou presa. O governo brasileiro emitiu nota de pesar, enquanto familiares denunciaram a circulação de vídeos falsos durante as buscas.