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Isabela Boscov

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The Walking Dead – O Final da 6ª Temporada

Por Isabela Boscov Atualizado em 30 jul 2020, 23h05 - Publicado em 5 abr 2016, 16h33

Ou seria fim de feira?


Atenção: tem SPOILERS, claro.


Nunca fui muito com a cara de Jeffrey Dean Morgan, por aquelas razões insondáveis com que a gente vai ou não vai com a cara de alguém. Mas ele fez valer os minutos derradeiros do episódio 6:16 de The Walking Dead, em que o tão falado Negan finalmente aparece: tenho muito mais medo de vilões bem-humorados do que de vilões de cara feia, porque deduzo que os bem-humorados têm prazer no que fazem e, portanto, fazem-no mais e melhor. Só não vou dizer que os minutos passados na companhia de Negan foram os únicos desta sexta temporada que não me pareceram uma completa perda de tempo porque: 1) o segundo episódio, JSS (“Just Survive Somehow”), em que se vê como a garota Enid (Katelyn Nacon) chegou a Alexandria, está ombro a ombro com os melhores de TWD; 2) adorei a participação especial de John Carroll Lynch no quarto episódio, Here’s Not Here; 3) até a volta de TWD, em outubro, ainda posso crer que talvez nem Eugene (Josh McDermitt) nem Abraham (Michael Cudlitz) sejam a vítima misteriosa de Negan – e Eugene e Abraham são os únicos personagens pelos quais ainda tenho alguma afeição genuína e com cujo destino me importo.

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E ponto final. Encerra-se aí o meu balanço dos pontos positivos desta etapa de uma série que, até a quinta temporada, era uma das mais espetaculares que a TV americana produziu desde sua grande virada do final da década de 90. TWD, hoje em dia, vive de pedaladas – não fiscais, mas narrativas. As interações entre os personagens não traduzem mais nada dos pontos dramáticos ou morais que estão em jogo: tudo tem de ser explicado e mastigado, em diálogos fraquíssimos. Nem em filme independente se discute tanto a relação. Rick, sempre um líder tão interessante nos seus recuos e avanços, foi totalmente descaracterizado e virou um rato que ruge: os seus dois grandes planos, que formaram os eixos das duas metades desta temporada (livrar-se dos zumbis da pedreira e eliminar os Sobreviventes), provaram-se ambos fiascos lógicos e logísticos. Andrew Lincoln era a âncora da série, e fizera por merecer esse posto. Mas, graças ao surto de idiotia a que submeteram seu personagem, foi reduzido a um ator que fala de jeito ofegante. (É até possível que, com a destituição de Rick por Negan e a escravização do grupo de Alexandria, a série consiga recobrar algo da sua urgência. Eu, porém, não pretendo perder dinheiro apostando nisso.)

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TWD, além disso, agora faz que mata um personagem central e daí diz: brincadeirinha, ele não morreu. Recorre ao truque fajuto dos personagens transitivos (como a dra. Denise de Merritt Wever), que não exigem nem conquistam nenhum investimento emocional do espectador: eles servem apenas para fazer um ponto qualquer do enredo avançar e, esgotada a sua utilidade, são descartados sem maiores cerimônias e sem deixar saudade. Dispersa-se em enredos secundários que, curiosamente, lembram muito as encheções de linguiça de novela das 9 – sintoma inequívoco de que os roteiristas têm tão pouca coisa de interesse real a propor que precisam economizar para ocasiões “especiais”. Finalmente, tendo já encerrado a midseason em enganação, com um falso gancho, sucumbe agora à covardia mais nua: quer saber quem Negan matou? Então sente e espere – para, no dia 9 de outubro, provavelmente decepcionar-se mais uma vez, neste mesmo horário e neste mesmo canal.

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