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Star Wars Episódio II: Ataque dos Clones

Por Isabela Boscov Atualizado em 11 jan 2017, 15h57 - Publicado em 26 jun 2002, 15h52

Muita indústria, pouca mágica.

Muito tempo atrás, numa galáxia que parece cada vez mais distante, Star Wars era uma série que tinha graça, aventura e drama e era capaz de causar empolgação. Hoje ela não passa de uma franquia.

Esperava-se que, depois da decepção de A Ameaça Fantasma, o novo Episódio II: Ataque dos Clones (Star Wars – Episode II: Attack of the Clones, Estados Unidos, 2002) fosse capaz de redimir a saga estelar. Este, afinal, é o capítulo em que o jovem cavaleiro jedi Anakin Skywalker (o canadense Hayden Christensen) começa a sucumbir ao lado negro da Força, ao mesmo tempo que contraria os votos de sua ordem e corteja a senadora Padmé Amidala (Natalie Portman). Desse imbróglio, como se sabe, resultarão os irmãos Luke Skywalker e Leia e o império maligno de Darth Vader. Pois o mistério é como essa ponta, que se passa trinta anos antes da primeira trilogia, vai se juntar à outra: Ataque dos Clones gasta duas horas e vinte minutos com efeitos especiais cheios de som e de fúria, que nada significam, mas de história mesmo tem muito pouco. Pior: o pouco que há é frouxo, confuso e aborrecido. É um feito – no pior sentido – que até atores de gabarito, como Ewan McGregor e Samuel L. Jackson, pareçam verdadeiras moscas-mortas em cena.

São vários os problemas que atingem esta segunda fase da série. Alguns antigos – George Lucas é um diretor e roteirista vacilante, mas que agora teima em capitanear seus filmes, em vez de passá-los a colegas mais inspirados. Outros problemas são mais recentes, e têm a ver com a obsessão digital do cineasta. Uma revisão dos três primeiros filmes esclarece a questão: os efeitos antigos, que à época pareciam colossais, hoje de fato são toscos perto do que se pode fazer com o auxílio de um computador. Por outro lado, a necessidade de usar maquetes e bonecos conferia às imagens uma concretude e uma sensação tátil que, na sua nova versão, elas nem de longe possuem. Star Wars nunca foi tão realista, e ao mesmo tempo tão irreal e imaterial, tão desconectado das emoções simples que era capaz de provocar. A ausência desse corpo-a-corpo se reflete no trabalho dos atores. Obrigados a atuar na frente de telas azuis (que depois são substituídas por cenários na maior parte digitais) e contracenar com o nada, eles demonstram, obviamente sem querer, o quanto ficam alienados por todo esse processo.

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Não menos grave é o tom sério e engessado que a saga assumiu. Sem o amor-ódio de Han Solo e Leia, toda a tarefa de criar algum humor recai sobre os robôs C-3PO e R2-D2, que são apenas marginalmente qualificados para tanto. E, sem Darth Vader com o seu vozeirão sinistro e seu traje de samurai espacial, não há nenhum terror e nenhum drama. Como bem observou o crítico do New York Times, Ataque dos Clones está rendendo fortunas porque os espectadores americanos se comportam como “moscovitas da era Brejnev, fazendo filas à porta dos cinemas por hábito e compulsão”. Vão ver muita indústria e muita luz, e quase nada de mágica.

Isabela Boscov
Publicado originalmente na revista VEJA no dia 26/06/2002
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Republicado sob autorização de Abril Comunicações S.A
© Abril Comunicações S.A., 2002

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