Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Isabela Boscov

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Está sendo lançado, saiu faz tempo? É clássico, é curiosidade? Tanto faz: se passa em alguma tela, está valendo comentar. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Por Água Abaixo

Por Isabela Boscov Atualizado em 11 jan 2017, 15h58 - Publicado em 13 dez 2006, 18h55

Estranhos no ninho

Em Por Água Abaixo, um ratinho de luxo cai no esgoto – e a equipe líder da animação inglesa aprende a se virar em Hollywood

divulgação

Até pouco tempo atrás, os desenhos animados compunham um segmento especial da produção cinematográfica americana. Hoje, são um de seus carros-chefes, líderes quase absolutos não apenas nas vendas de DVDs, sustentadas pela criançada que não se cansa de rever o mesmo filme, como também na bilheteria. Entre as dez maiores rendas deste ano, três (Carros, A Era do Gelo 2 e Os Sem-Floresta) são animações – com uma quarta, Happy Feet, caminhando a passos rápidos para se incluir na lista. Como não poderia deixar de ser, esse novo status comercial tem um impacto sobre os aspectos artísticos da animação. Ele pode ser sentido de forma palpável em Por Água Abaixo. A nova produção do ateliê inglês Aardman é protagonizada por Roddy St. James (no original, com a excelente voz de Hugh Jackman), um ratinho de bons modos e gostos luxuosos que mora numa gaiola dourada. Roddy não conhece nada do mundo e por isso deixa, tolamente, que um ratão das ruas usurpe seu lar e o despache, via vaso sanitário, para os esgotos londrinos. Ele vive momentos de terror. Às vezes sem motivo (como diante das inofensivas lesmas que moram nos canais subterrâneos), outras vezes com razão – esta, propiciada pelo megalomaníaco Sapo (Ian McKellen), que trama planos genocidas para os ratos da cidade. Não fosse a despachada Rita (Kate Winslet), Roddy estaria perdido.

divulgação

Continua após a publicidade

O que há de curioso em Por Água Abaixo é que se trata de um desenho feito em computação gráfica – o primeiro em que a produtora Aardman, de A Fuga das Galinhas e Wallace & Gromit, aceita usar a ferramenta hoje já aplicada por dez entre dez animações de sucesso. A técnica com que Nick Park, fundador do ateliê, impôs sua excelência é a animação em massinha, que requer até cinco anos de trabalho árduo para que se produzam os cerca de 100.000 fotogramas necessários a um longa-metragem. É o tipo de investimento, em tempo e mão-de-obra, que faz um produtor pensar duas vezes. Jeffrey Katzenberg, da DreamWorks, a parceira da Aardman, o fez – e, em vista da bilheteria decepcionante de Wallace & Gromit, decidiu reduzir os riscos, colocando os artistas ingleses sob a direção de uma dupla americana.

divulgação

O resultado é uma interessante solução de compromisso, que perpassa não só o enredo – o qual coloca o ordeiro Roddy num ambiente caótico e ultracompetitivo, mais ou menos como Hollywood deve parecer para o time da Aardman – como também o visual. Sem os bonecos de massinha pacientemente operados por Park, muito da sutileza vai-se embora. Por outro lado, o ritmo se torna mais ágil e o humor, não tão estritamente britânico. No entender de Nick Park, Por Água Abaixo é uma concessão ao mercantilismo. Bom seria se todos soubessem se curvar com essa elegância e artesania de que a Aardman é capaz.

Isabela Boscov
Publicado originalmente na revista VEJA no dia 13/12/2006
Republicado sob autorização de Abril Comunicações S.A
© Abril Comunicações S.A., 2006

POR ÁGUA ABAIXO
(Flushed Away)
Estados Unidos/ Inglaterra, 2006
Direção: David Bowers e Sam Fell
No original, com as vozes de Hugh Jackman, Kate Winslet, Ian McKellen, Jean Reno, Bill Nighy, Andy Serkis, Kathy Burke, David Suchet, Miriam Margolyes

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.