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Isabela Boscov

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“O Poder e o Impossível”: só um tropeço (espero) de Josh Hartnett

Ex-galã arrasou na série “Penny Dreadful”, mas está difícil reengatar a carreira

Por Isabela Boscov 21 dez 2017, 19h58 • Atualizado em 21 dez 2017, 20h01
  • Promessa do hóquei no gelo, Eric LeMarque (Josh Hartnett) foi vencido pela sua rebeldia, largou o esporte e se viciou em metanfetamina. Virou um desses casos aparentemente irrecuperáveis, e por mais que sua mãe (Mira Sorvino) reze – e como ela reza -, nem o acidente feio que ele provocou nem o compromisso de comparecer perante o juiz dentro de seis dias parecem tê-lo tirado da sua espiral. Eric está se esforçando, à sua moda: sozinho num chalé no meio das montanhas, ele tenta e tenta não cheirar cristal, mas aí vai e cheira. Quando está perto de ficar louco demais, agarra o snowboard, pega uma carona e vai para a pista de esqui. De tão pilhado, nem dá bola para a tempestade feia que se aproxima, e ainda decide pegar uma trilha não-mapeada. E aí, claro, vem a desgraça. Perdido na neve, sem comunicação, sem comida, sem água, meio morto de frio e sem fósforos para acender uma fogueira – mas com o estoque de cristal no bolso -, Eric , pelo jeito, se arruinou de vez. Em filmes como O Poder e o Impossível (já em cartaz), porém, a toda desgraça se seguem uma iluminação e uma superação. Neste caso, ambas têm alto teor religioso. E baixíssimo teor cinematográfico: embora conte com cenas bonitas de natureza (o diretor, Scott Waugh, é um dublê e cinegrafista de segunda unidade experiente), o filme é canhestro. O roteiro é rudimentar, as atuações – excetuando-se a de Hartnett – são constrangedoras, e o saldo é piegas. Nada contra a mensagem de O Poder e o Impossível; só contra o fato de que, como tem acontecido com a maioria dos filmes evangélicos até aqui, eles se preocupam muito mais em ser evangélicos do que em ser filmes, quando poderiam ser as duas coisas.

    O Poder e o Impossível
    (Imagem Filmes/Divulgação)

    Fico chateada com esse resultado ruim por causa de Josh Hartnett. Na virada dos anos 1990 para os 2000, tentaram lançá-lo como um galã atlético na linha que seguiam então Matthew McConaughey e Ben Affleck (com quem, aliás, ele dividiu a cena em Pearl Harbor). Mas ele nunca se encontrou direito nesse formato. Meio a esmo, sempre tentou achar coisas mais sérias ou meditativas. A sorte não ajudou: filmes que deveriam ter sido bons se provaram fracos (como Dália Negra, de Brian De Palma), e papéis que deveriam ter chamado a atenção para ele foram eclipsados por outras atuações (como em Sin City). A essa altura, já estava consolidada a impressão de que Hartnett era um ator não muito marcante nem muito versátil.

    O Poder e o Impossível
    (Imagem Filmes/Divulgação)

    E então veio Penny Dreadful, a magnífica série de horror passada na Inglaterra vitoriana, em que Josh Hartnett tinha uma relação complicada, e profundamente comovente, com a maravilhosa Eva Green. Em três temporadas, entre 2014 e 2016, Hartnett dispersou todas as impressões que eu tinha dele e criou outras novas, infinitamente mais positivas: como o americano Ethan Chandler que, vivendo em exílio em Londres, sofre manifestações de uma criatura violenta em seu interior, Hartnett fez um trabalho lindíssimo – cheio de nuances e de imprevistos, e cheio de personalidade também, coisa de ator que achou de vez o seu passo. Agora vai, pensei; finalmente Hartnett vai ter a carreira que quis. E que, afinal, merece.

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    O Poder e o Impossível
    (Imagem Filmes/Divulgação)

    Mas, sabe-se lá por qual razão, tudo parece ter voltado ao estado em que estava antes. A Penny Dreadful seguiram-se um papel secundário em um melodrama (Amor em Tempos de Guerra), um filme japonês bem bacana mas pouco visto (Oh Lucy!) e este O Poder e o Impossível, em que ele faz um trabalho sério e mantém a dignidade apesar das circunstâncias desfavoráveis. Entre os próximos papéis dele (que são muitos; não falta trabalho a Hartnett, apenas lhe faltam trabalhos bons de verdade), só há incógnitas – filmes que podem ir para lá ou para cá, mas que, no geral, não parecem destinados a ter grande projeção. Ainda não perdi a esperança, porém. Em algum momento, alguém vai lembrar de como Hartnett foi bom em Penny Dreadful, e do que ele é capaz. E aí, quem sabe, a coisa vai.


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    Trailer

    O PODER E O IMPOSSÍVEL
    (6 Below: Miracle on the Mountain)
    Estados Unidos, 2017
    Direção: Scott Waugh
    Com Josh Hartnett, Mira Sorvino, Sarah Dumont
    Distribuição: Imagem Filmes

     

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