
Veja aqui a vídeo-resenha
Quem acompanha o blog sabe que sou fã de terror – o que significa que, nesse departamento, aguento muita bobagem (mas muita, muita bobagem) e, beeeem de vez em quando, tenho a satisfação de topar com um Arraste-me para o Inferno, ou Corrente do Mal, ou A Bruxa, ou Invocação do Mal. Mas persisto porque a verdade é que não há gênero mais ágil do que o terror, seja ele sobrenatural ou psicológico: com poucos recursos, pode-se conseguir o máximo de efeito – o que significa que é um gênero ideal para diretores que estão começando ou trabalham com baixo orçamento, e para atores que ainda não são conhecidos tentarem a chance de causar impressão.
Todos esses predicados se aplicam a O Homem nas Trevas, que está fazendo uma carreira espantosa na bilheteria americana. O uruguaio Fede Alvarez, que assinou o remake de A Morte do Demônio, se concentra aqui no essencial: três jovens comparsas que vivem de invadir casas e roubá-las encontram uma tentação irresistível – uma casa caindo aos pedaços num bairro completamente abandonado de Detroit, onde um homem cego vive sozinho e esconde uma fortuna de 300 000 dólares. Parece tão fácil. E lógico que vai se provar catastroficamente difícil. Ou seja, temos aí quatro atores, uma locação e quantidades copiosas de desenvolvimento – de personagens, da situação, da locação.
Como em Corrente do Mal, o fantasma da ruína econômica ronda O Homem nas Trevas (os dois, inclusive, se passam em Detroit, que depois de ser a riquíssima sede da indústria automotiva americana hoje vive um estado de total bancarrota). Almas inquietas e psicopatas são assustadores, mas não se comparam a esse medo cotidiano – o da dureza e do fim de linha.