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Isabela Boscov

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Nocaute

Por Isabela Boscov Atualizado em 11 jan 2017, 16h02 - Publicado em 15 set 2015, 20h45

Estado bruto

Filmes de boxe exigem, primeiro, imensa perícia técnica.

É preciso retratar as lutas com clareza narrativa (o que não é fácil quando se tem de ao mesmo tempo olhar de fora e filmar “de dentro” enquanto dois sujeitos trocam socos) e atirar o espectador para dentro do combate da forma mais urgente e palpável possível (ou seja, os golpes têm de doer em que os vê). Isso, Nocaute tem. O que falta ao filme do diretor Antoine Fuqua é o segundo e mais importante aspecto de um filme de boxe: um destino final que transcenda o combate. De filmes celebratórios da luta, como a série Rocky de Sylvester Stallone, aos que têm ambições mais complicadas (A Grande Esperança Branca, de Martin Ritt; Touro Indomável, de Martin Scorsese; Menina de Ouro, de Clint Eastwood; e até O Campeão, de Franco Zeffirelli), um filme de boxe é grande quando consegue não apenas colocar a plateia no centro da experiência física da violência mas, sobretudo, quando consegue explorar os significados que essa experiência pode ter de maneiras que nada mais poderia exprimir. Dessa outra dimensão, não há nem sinal em Nocaute.

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Não que eu esperasse de Fuqua reflexão ou sensibilidade: também não há nem vestígio delas em Dia de Treinamento, O Atirador ou no detestável O Protetor. Mas, mesmo com expectativas assim tão reduzidas, são chocantes a pobreza psicológica de Nocaute e o mau uso que o filme dá à composição meticulosa de Jake Gyllenhaal para o protagonista Billy Hope, um campeão da categoria meio-pesado que, por causa de um momento de descontrole, perde tudo que tem – a mulher, a guarda da filha (a assombrosa Oona Laurence), o dinheiro, a casa, os amigos.

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O problema de Nocaute não está no clichê do homem que desce ao inferno e tem então de encontrar um caminho de volta: está na sua visão antiquada e equivocada do que significa redenção, ou como se chega a ela. Esse plano maior que falta a Nocaute estava todo lá, na interpretação de Jake Gyllenhaal. Antoine Fuqua, porém, foi incapaz de enxergá-lo. Em um diretor, essa é uma falha imperdoável.

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Em compensação…
Quer saber como um melodrama de boxe pode ser grande?
Leia aqui:
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MENINA DE OURO


Trailer

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NOCAUTE
(Southpaw)
Estados Unidos, 2015
Direção: Antoine Fuqua
Com Jake Gyllenhaal, Forest Whitaker, Rachel McAdams, Oona Laurence, 50 Cent, Naomi Harris, Miguel Gomez
Distribuição: Diamond
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