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Isabela Boscov

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Hoje é um bom dia para ver (ou rever)… Os Agentes do Destino

Matt Damon e Emily Blunt em um intrigante jogo especulativo adaptado de Philip. K. Dick (de Blade Runner, Minority Report…)

Por Isabela Boscov Atualizado em 12 jan 2017, 16h10 - Publicado em 19 dez 2016, 18h11

Hoje o primeiro teaser de Blade Runner 2049 entrou no ar mostrando a que veio: para provar que as intenções são sérias, ele começa com o nome de Ridley Scott, beeem grande, e termina com uma aparição de Harrison Ford. Em comemoração, então, decidi indicar uma outra adaptação de um conto de Philip K. Dick, menos célebre e grandiosa, mas muito inteligente e bem sacada: Os Agentes do Destino, que entrou faz pouco tempo na grade da Netflix. Matt Damon, um político em campanha eleitoral, conhece Emily Blunt, uma bailarina. O encontro muda a vida de ambos; mas, por mais que tentem, eles não acham uma maneira de permanecer juntos – resultado, ao que parece, das manipulações de Anthony Mackie, um misterioso homem de chapéu.

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Os Agentes do Destino não foi exatamente um sucesso. Talvez tenha frustrado as expectativas do público que esperava ver uma ficção científica com mais ambientação e mais futurismo – a exemplo do próprio Blade Runner e de Minority Report, também adaptado de Philip K. Dick. Não é essa, porém, a jogada do diretor estreante George Nolfi: aqui se está de fato no território da especulação conceitual. Eu mesma, porém, adoro o filme, e acho difícil ele decepcionar quem entre na história com o espírito desprevenido. E, se você acompanha a política americana, fique de olho nas figuras conhecidíssimas dos bastidores que interpretam a si mesmas – como o apresentador Jon Stewart, o atual prefeito de Nova York Michael Bloomberg e os consultores/estrategistas James Carville e Mary Matalin.

Leia aqui a resenha que publiquei quando Os Agentes do Destino foi lançado nos cinemas:


Corram que a paranoia vem aí

Em Os Agentes do Destino, uma destilação sóbria e muito inventiva da ficção viajandona do escritor Philip K. Dick

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Quase sem falha, o americano Philip K. Dick (1928-1982), luminar da ficção científica viajandona, ventilou em seus romances e contos um tipo específico de paranoia – a de que corporações/autoridades/outros poderes de contornos fascistas estão no controle dos seres humanos, manipulando sua mente, seus rumos ou até sua origem. Como, por exemplo, em Blade Runner, que junto com O Vingador do Futuro e Minority Report, compõe o trio das adaptações mais célebres da obra de Dick para o cinema. Por razões insondáveis, é improvável que Os Agentes do Destino atinja igual notoriedade: provocou pouco impacto no circuito americano esta excelente versão de um conto do autor, em que Matt Damon, no papel do deputado David Norris, perde uma eleição certa para o Senado porque algumas estripulias suas vieram à tona – e então, minutos antes de fazer o discurso em que concederá a vitória ao adversário, conhece no banheiro de um hotel Elise (uma inspiradora Emily Blunt) e muda o dito discurso, reiniciando espetacularmente sua carreira. A paixão entre Norris e Elise é fulminante, mas eles nunca conseguem ficar juntos, por mais que tentem. Nada, claro, é por acaso: nem o primeiro encontro, nem os sucessivos desencontros posteriores. E tudo tem a ver com Harry (o ótimo Anthony Mackie) e outros homens como ele, de sobretudo e chapéu, que parecem saídos de um episódio da série Mad Men (um deles, aliás, o é: John Slattery, uma figura eminente desse grupo).

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Dirigido pelo estreante George Nolfi, roteirista de O Ultimato Bourne, o filme é um primor tanto na destilação do espírito de Philip K. Dick quanto nos ajustes sutis que imprime a ele por meio da encenação sóbria e imaginativa: nesta ficção que é mais conceitual do que propriamente científica, a revelação de quão extenso é o poder dos homens de chapéu ganha em voltagem na mesma proporção em que o romance tão espontâneo e crível entre os personagens ganha em urgência. E, ao contrário do mundo habitualmente em preto e branco de Dick, neste aqui o birô de agentes (sobre o qual nada, nadinha mesmo, se deve contar) ocupa uma empática zona cinzenta: eles privam os seres humanos de decisões reais, deixando-os apenas com a ilusão de decidir. Mas, quando o chefão de chapéu ardilosamente interpretado por Terence Stamp explica por que é assim, há de se concordar: ele tem lá suas razões, e elas não são ruins.

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Isabela Boscov
Publicado originalmente na revista VEJA no dia 11/05/2011
Republicado sob autorização de Abril Comunicações S.A
© Abril Comunicações S.A., 2011

Trailer

OS AGENTES DO DESTINO
(The Adjustment Bureau)
Estados Uni­dos, 2011
Direção: George Nolfi
Com Matt Damon, Emily Blunt, Anthony Mackie, Terence Stamp, John Slattery

 

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