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Isabela Boscov

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Enrolados

Por Isabela Boscov Atualizado em 11 jan 2017, 16h00 - Publicado em 12 jan 2011, 18h57

De alma nova

Gracioso e espirituoso, Enrolados é o primeiro projeto da Disney supervisionado de ponta a ponta por John Lasseter – e, pelo jeito, a maré baixa do estúdio veterano acaba aqui

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Com Enrolados, encerra-se por bem uma das mais longas e árduas crises de identidade da história do cinema: aquela que, por mais de uma década, botou a Disney para o escanteio do segmento que ela mesma inventou – o do desenho animado. Enquanto produtoras como a DreamWorks (de Shrek), a Blue Sky (de A Era do Gelo) e a Pixar (de quase todas as obras-primas do gênero nesse período) ascenderam de forma vertiginosa, o estúdio pioneiro ia soçobrando, sem rumo e sem um plano, em equívocos como O Galinho Chicken Little e Nem que a Vaca Tussa. Pois Enrolados, baseado no conto de Rapunzel (aquela do “jogue-me seus cabelos!”), acerta todos os ponteiros de uma vez: este quinquagésimo longa de animação do estúdio é gracioso e mágico como só um desenho da Disney poderia ser; e é inspirado e movimentado como só a Pixar sabe fazer. É, em suma, a primeira colaboração integral entre a equipe do estúdio veterano e John Lasseter, o gênio criativo da Pixar, que com a compra da produtora pela Disney, em 2006, passou a chefiar ambos os times de animação – e a supervisionar de muito perto este projeto.

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Em Enrolados, a inteligência de Lasseter se manifesta na atualização da linguagem clássica da Disney. O jovem ladrão Flynn, que encontra Rapunzel presa em uma torre, é um personagem tão importante quanto a própria princesa – roubada do berço por Gothel, uma mulher má que se passa por sua mãe para explorar as propriedades rejuvenescedoras dos seus cabelos dourados. A identificação da marca Disney como sendo “de menina” se convertera em um sério problema, e esse aceno para os meninos e também para os adultos, por meio de Flynn, da levada pop da história e das deliciosas cenas de ação, muito bem planejadas para o 3D, era um passo indispensável. Por outro lado, há momentos em que o 3D serve a fins muito diferentes – como na sequência tão poética em que Flynn e Rapunzel veem centenas de lanternas de papel subindo aos céus. Esta é a contribuição verdadeiramente brilhante de Lasseter: lembrar a uma equipe talentosíssima quais são as coisas em que ninguém pode superá-la.

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Não que tenha sido fácil sacudir esse time ao qual anos de imersão na cultura corporativa, sem o benefício de uma personalidade norteadora, haviam roubado muito do ânimo. A primeira resposta dos animadores a Lasseter foi que, por ser o cabelo da princesa tão complicado, melhor seria que ele não encostasse em nenhum objeto do cenário; aliás, melhor seria que nem roçasse nos ombros dela. Lasseter deu risada e mandou todo mundo de volta ao trabalho – e a encantadora e briosa Rapunzel, agora, faz miséria com aquela cabeleira que é um deslumbre, em um filme que é todo ele um deleite. E é a cara da Disney. Da nova Disney.

Isabela Boscov
Publicado originalmente na revista VEJA no dia 12/01/2011
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Republicado sob autorização de Abril Comunicações S.A
© Abril Comunicações S.A., 2011


ENROLADOS
(Tangled)
Estados Unidos, 2010
Direção: Nathan Greno e Byron Howard
No original, com as vozes de Mandy Moore, Zachary Levi, Donna Murphy, Ron Perlman, Jeffrey Tambor, Brad Garrett

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