
Quer ver uma bobagem? Então escolha uma que valha a pena:
Não dá para dizer que estes filmes são cinema da melhor qualidade. Mas eles também não fazem parte daquela categoria dos filmes “tão ruins que são bons”, reservada a jóias como Palhaços Assassinos, Ilsa, a Guardiã Perversa da SS ou o indefectível Plano 9 do Espaço Sideral. Como defini-los? Que tal assim: são uma bobagem, sabem que são, mas são direitinhos e ótimos para se divertir. Aí vai uma lista bem variada:
1. O Ataque dos Vermes Malditos (Tremors, 1990)
Numa cidadezinha esquecida no meio do deserto, um punhado de moradores tenta sobreviver ao ataque de gigantescas minhocas com bocarras afiadas que, à menor vibração, vêm correndo por baixo da areia e irrompem para devorá-los. Já é um clássico recente do cinema B: tudo que ele não tem de produção, tem de esperteza e de ação bem bolada. Kevin Bacon, Fred Ward e os outros atores nem tentam esconder quanto estão se divertindo.
2. Os Estragos de Sábado à Noite (A Night at the Roxbury, 1998)
No auge de sua passagem pelo Saturday Night Live, Will Ferrell e Chis Kattan transformaram em longa seu quadro sobre dois irmãos burrinhos feito uma porta que sonham em ser donos da própria balada – ou pelo menos, quem sabe, conseguir entrar na melhor balada da cidade. Na bilheteria, não funcionou. Para mim, por outro lado, nunca deixou de funcionar: paro tudo o que estou fazendo para ver os dois sem-noção dançando What Is Love?, do Haddaway.
3. Fido, o Mascote (Fido, 2006)
A humanidade – que aqui está estacionada numa década de 50 de fantasia – não só levou a melhor na Guerra dos Zumbis, como conseguiu domesticá-los por meio de uma coleira especial. Pronto, ninguém mais precisa se preocupar em fazer faxina, passear com o cachorro ou pôr o lixo para fora. Mas, para a adorável Carrie-Anne Moss, cria-se um dilema: seu zumbi doméstico (o escocês Billy Connolly, ótimo) é muito mais galante e interessante que seu marido. Uma mistura improvável, mas muito bem dosada, de horror trash com os melodramas que Douglas Sirk dirigia nos anos 50.
4. Loucos por Dinheiro (The Brass Teapot, 2012)
Um jovem casal vive duro até roubar, de uma velhinha, um bule mágico: toda vez que o dono do bule se machuca, aparecem dentro dele moedas ou notas, em valores proporcionais à gravidade da contusão. Os dois começam com coisas simples: um corte no dedo aqui, uma canelada no pé da cama ali. Mas, quanto mais dinheiro o bule lhes dá, mais eles partem para a ignorância. A ideia é absurda, mas muito bem amarrada, e Juno Temple e Michael Angarano seguram todas.
Hors Concours: Uma Noite Alucinante (Evil Dead II, 1987)
Bruce Campbell, o irresistível canastrão de queixo quadrado, e Sam Raimi, então o mais criativo diretor do cinema de baixo orçamento, fizeram Evil Dead a sério em 1981, e daí refilmaram tudo como “terrir” em 1987. Em uma cabana que é minúscula por fora e imensa por dentro, Ash (Campbell) resiste ao ataque de demônios possuidores enlouquecidos, seguido pela sensacional câmera vale-tudo de Raimi. Sangue, nojeira e gargalhadas durante 84 minutos ininterruptos.