Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Isabela Boscov

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Está sendo lançado, saiu faz tempo? É clássico, é curiosidade? Tanto faz: se passa em alguma tela, está valendo comentar. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

“Atômica” x “Dupla Explosiva”: a nova cara da pancadaria

Charlize é um estrondo mas não faz milagre; prefira a parceria de Ryan Reynolds e Samuel L. Jackson

Por Isabela Boscov Atualizado em 5 set 2017, 16h56 - Publicado em 5 set 2017, 16h55

Na Berlim da década de 80, às vésperas da queda do Muro, Charlize Theron usa roupas de matar de inveja, persegue outros espiões e é perseguida por eles, bate duro em todo mundo e apanha muito também – e, levando ao pé da letra a caracterização de loira gelada, cura os hematomas num banho de banheira on the rocks antes de sair para mais uma rodada de pancadaria. Em resumo, é disso que consiste Atômica, uma adaptação de uma graphic novel cujas únicas ideias verdadeiramente sólidas são a de apoiar-se no carisma de Charlize, e a de aproveitar a magnífica aptidão física da atriz em cenas de ação feitas com grande perícia e impacto. David Leitch, que dirigiu algumas cenas de De Volta ao Jogo e de John Wick – Um Novo Dia para Matar (ele é sócio do diretor Chad Stahelski na produtora 87Eleven), aplica à perfeição a fórmula que Stahelski e ele próprio desenvolveram, de ação agilíssima tanto na coreografia quanto na câmera, estruturada com grande complexidade mas filmada de forma quase seca. Ex-dublês, Stahelski e Leitch não são os inventores do estilo chamado gun fu, mas são seus grandes formatadores e aprimoradores.

Atômica
Atômica (Universal/Divulgação)

O problema de Atômica é que ele não inclui na receita o humor descarado dos dois John Wick. Fora ação e Charlize (admito, não é tão pouco assim), o filme não tem muito mais a oferecer. James McAvoy, Eddie Marsan, Sofia Boutella, John Goodman e Toby Jones entram e saem da história sem deixar grandes marcas – uma decepção em se tratando de atores naturalmente tão marcantes. Roteiro não há. E, para quem acha que nem precisa haver, sugiro uma espiada em Dupla Explosiva, que usa mais ou menos os mesmos elementos (inclusive o jeito de filmar a ação) com efeito infinitamente mais divertido: como aquele velho clichê dos dois inimigos que têm de manter um ao outro vivos até o fim do filme, Ryan Reynolds e Samuel L. Jackson se beneficiam de uma história escrita para ser uma daquelas bobagens pelas quais paga-se com gosto o preço do ingresso – e que, ademais, foi cuidadosamente revisada e burilada para tirar o máximo partido dos talentos naturais de cada um dos atores.

Dupla Explosiva
Dupla Explosiva (California/Divulgação)

É mais ou menos assim: se o Frank Capra de Aconteceu Naquela Noite ou o Ernst Lubitsch de Ninotchka recheassem suas comédias românticas dos anos 30 com ação enlouquecida, tiros aos montes e diálogos repletos de expressões impublicáveis, o resultado ficaria parecido com este Dupla Explosiva: como o par desencontrado que precisa acertar o passo, Reynolds e Jackson compõem uma química tão festiva quanto a de Claudette Colbert e Cary Grant, ou a de Greta Garbo e Melvyn Douglas. Aqui, Reynolds é Michael Bryce, que já foi um guarda-costas classe AAA mas perdeu o negócio e a reputação ao deixar um cliente ser alvejado pelo assassino profissional Darius Kincaid (Jackson) – que já tentou matar Bryce nada menos do que 28 vezes. Pois esse arquiinimigo é a única chance que resta a Bryce de recuperar seu prestígio: basta que ele consiga driblar as hordas de capangas bielo-russos fortemente armados que pretendem impedir Kincaid de depor contra um ditador (Gary Oldman) no tribunal internacional de Haia, na Holanda. Só pretexto para fazer a coisa toda acontecer, claro. Mas um pretexto muito bem empregado. A cena em que Bryce reclama e se queixa de Kincaid enquanto Amsterdã vai pelos ares atrás dele, por exemplo, é uma delícia – assim como as participações de Elodie Yung (a Elektra de Os Defensores) e de Salma Hayek, esta boca-suja que só vendo. O diretor Patrick Hughes, vindo do não muito promissor Os Mercenários 3 (exceto por aquela cena genial com Chuck Norris), acerta o tom, o ritmo e a mão, e faz muito com pouco. Pouca afetação, sobretudo – muito menos que em Atômica.

Continua após a publicidade

Trailers

ATÔMICA
(Atomic Blonde)
Estados Unidos/Alemanha/Suécia, 2017
Direção: David Leitch
Com Charlize Theron, James McAvoy, Sofia Boutella, Eddie Marsan, John Goodman, Toby Jones, Bill Skarsgard, Barbara Sukowa, Til Schweiger
Distribuição: Universal
DUPLA EXPLOSIVA
(The Hitman’s Bodyguard)
Estados Unidos/Holanda/China/Bulgária, 2017
Direção: Patrick Hughes
Com Ryan Reynolds, Samuel L. Jackson, Gary Oldman, Salma Hayek, Elodie Yung, Joaquim de Almeida, Richard E. Grant
Distribuição: Califórnia

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.