Uma ode à tecnologia
O balé de drones em cima do estádio olímpico, que depois formaram a Terra – sim, redonda, para não deixar dúvidas – serviram de celebração do Japão inovador
![TOKYO, JAPAN - JULY 23: A drone display is seen over the top of the stadium during the Opening Ceremony of the Tokyo 2020 Olympic Games at Olympic Stadium on July 23, 2021 in Tokyo, Japan. (Photo by Laurence Griffiths/Getty Images)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/07/GettyImages-1330221449.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
No encerramento da Olimpíada de 2016, no Rio, quando o então premiê japonês Shinzo Abe apareceu fantasiado de Super Mario, o querido personagem da Nintendo, ele não estava apenas fazendo troça – havia, ali, clara referência a um dos aspectos mas cultuados pelo Japão moderno, o sucesso de suas empresas de tecnologia. Evidentemente, a Covid-19 fez da abertura dos Jogos de Tóquio, na manhã dessa sexta-feira, 23, um evento um tanto melancólico, sem público e reduzido número de atletas em campo (embora tenha sido uma cerimônia simples e bonita, que em momento algum abandonou o fato incontestável de vivermos uma pandemia).
Em um aspecto, contudo, a festa de abertura não mudou o plano original: a celebração da criatividade científica japonesa. Foi com espanto que o mundo viu pela televisão os 2.000 drones bailarem em cima do estádio olímpico para então formarem um globo terrestre – e sim, para nunca deixar dúvida, nem aqui, nem no Japão: a terra é redonda. Recurso semelhante havia sido utilizado na inauguração dos Jogos de Inverno de 2018, em PyeongChang, na Coreia do Sul – naquela oportunidade, eles formaram os cinco anéis olímpicos. Mas é a imagem de hoje que ficará eternizada – como a do choro do ursinho Misha de Moscou, em 1980. Em tempo, para demonstrar que o Japão não está para brincadeira: o comércio de videogames no país alcançou a cifra de 3,5 bilhões de dólares em 2020, um crescimento de 12,5% na comparação com o ano anterior. Super Mario em 2016 e os drones de 2021 são uma ode à inovação. E é ela, atrelada à ciência e à medicina, no avesso do negacionismo, quem nos fará vencer o novo coronavírus. Que os Jogos comecem!