A dor e o esforço, o ataque e a defesa
A incomparável violência “estética” do boxe, a chamada “nobre arte”
De quem é a cabeça que está próxima à camiseta vermelha? De quem são os braços de luvas azuis? De quem, de quem? A dança de corpos do boxe na categoria peso pena (até 57 quilos) parece um balé às avessas. O iraniano Daniyal Shahbakhsh – o de uniforme rubro – venceu o marroquino Mohamed Hamout por decisão unânime dos cinco jurados. A fotografia, o átimo de segundo a registrar a dor e o esforço, o ataque e a defesa, simultaneamente, registra a violência “estética” da chamada “nobre arte”. Faz lembrar, de algum modo, trechos do seminal livro A Luta, de Norman Mailer, registro da porfia entre Muhammad Ali e George Foreman, no Zaire, em 1974. Um trecho, na elegante tradução de Claudio Weber Abramo: “A vertigem tomou George Foreman e o revolveu. Ainda dobrado pela cintura, naquela posição de incompreensão, os olhos o tempo todo em Muhammad Ali, começou a desmoronar e a ruir e a cair, mesmo não querendo ir ao chão. Ímãs mantinham sua mente nas alturas do campeonato e seu corpo buscava o chão. Foi ao chão como um mordomo de sessenta anos e um metro e oitenta, que acaba de ouvir uma notícia trágica, sim, caiu ao longo de dois desmoronantes segundos, ao solo foi gradualmente o campeão, e Ali voluteou em torno dele num círculo fechado, a mão pronta para atingi-lo mais uma vez, mas não precisou fazê-lo, uma escolta íntima durante o trajeto para o chão.”
Brasil está próximo de ter ministro de tribunal superior preso, diz senador
Cruz Azul x Flamengo: onde assistir, horário e escalações
Moradores do Retiro dos Artistas comovem com pedidos de Natal
Presidente da CCJ diz que pretende ‘enterrar’ projeto que reduz pena de Bolsonaro
Qual eleitor mais se arrepende de ter votado em Lula, segundo o Datafolha







