Chinês é preso por chamar presidente da China de ‘Xitler’ no Twitter
Kwon Pyong foi acusado de "incitação à subversão"

Em agosto, um chinês de 28 anos criticou o presidente da China, Xi Jinping, e desapareceu algumas semanas depois. De acordo com informações do jornal The New York Times, Kwon Pyong, que estudou engenharia nos Estados Unidos, foi levado sob custódia policial e está sendo julgado por “incitação à subversão”.
Pyong, de origem coreana, compartilhou nas redes sociais uma foto na qual aparece vestindo uma camisa que comparava Xi Jinping a Hitler. No dia 30 de setembro, enviou uma mensagem a seus amigos informando que estava com problemas e, a partir daí, desapareceu.
Segundo o The New York Times, funcionários do governo pressionaram os pais de Kwon para que os advogados de defesa fossem dispensados e avisaram que ele seria condenado a um ano e meio de prisão.
Em entrevista, o ex-advogado de Pyong afirmou que antes pessoas eram condenadas por subversão quando divulgavam longos comentários e ensaios “mas agora até comentários curtos no Weibo (rede social similar ao Twitter muito popular na China) ou no Twitter podem ser tratados como incitação à subversão do poder do Estado”.
https://twitter.com/kwonpyong/status/770081265475325953
O curioso do caso é que Pyong expôs suas opiniões no Twitter e no Facebook que são inacessíveis na China, exceto para pessoas com conhecimento e ferramentas suficientes para fugir da censura. “Vamos trabalhar juntos e derrubar esse muro invisível”, disse Kwon no post do Twitter, onde se descreve como um “cidadão dedicado a derrubar o comunismo”.
De acordo com o governo, a acusação contra Pyong foi baseada em mais de 70 comentários, imagens e vídeos que ele compartilhou no Twitter e em sua perfil no Facebook. No entanto, os ex-advogados do acusado disseram que não tiveram acesso aos arquivos do caso.
https://twitter.com/nytimes/status/832223035000229889
Funcionários do Tribunal Popular Intermediário de Yanbian se recusaram a comentar o julgamento, e a mãe de Kwon, Li Lianhua, disse à Radio Free Asia que não queria dizer nada. “As autoridades insistiram para que ele se declarasse culpado”, disse Liang. “Ele está sob todos os tipos de pressão”.