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Gibis & Cia

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O que há de mais legal no mundo dos quadrinhos

Vencedor do Jabuti de HQ fala de identidade, memória e saúde mental

'Mais uma História para o Velho Smith' acompanha a saga de um velho pescador, que começa a não lembrar de mais nada

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 out 2025, 06h19 - Publicado em 29 out 2025, 06h00

Em sua edição mais recente, o Prêmio Jabuti consagrou o álbum Mais uma História para o Velho Smith, de Orlandeli, como a melhor HQ do ano. Publicado pela Gambatta, editora do autor, o volume acompanha a saga de um velho pescador, exímio contador de histórias, que começa a perder a memória. “Indignado com isso, Smith volta para o mar, pois é lá que elas estão”, diz o artista, em entrevista a VEJA. “Ele vai atrás de uma última aventura para contar.”

O quadrinho trata de identidade, memória e de saúde mental. A inspiração veio de uma pessoa muito próxima de Orlandeli, o avô da esposa dele, Vô Neco, que já morreu. “Ele começou a entrar em um processo de perda de memória, talvez demência senil, mas não sei se chegou a ser classificado como Alzheimer”, conta o autor. “É impactante quando uma pessoa que você conhece, que sempre teve um sorriso no rosto, não faz ideia de quem você é.”

A história de Smith começa com a frase: “Aquilo que se perde no mar, não está perdido… está no mar”. “Isso norteia muito a narrativa, sugerindo que a gente só não lembra, só não sabe onde as lembranças estão”, explica Orlandeli. “Quanto mais profundo o mar, mais difícil é alcançar a memória. Para representar a distância inacessível das lembranças de Smith (que sofre de demência avançada), pareceu apropriado guardá-las no fundo do mar, um lugar fácil de localizar, mas muito difícil de chegar.”

MAIS UMA HISTÓRIA PARA O VELHO SMITH, de Orlandeli. Editora Gambatte; 128 páginas. Preço: 65 reais -
MAIS UMA HISTÓRIA PARA O VELHO SMITH, de Orlandeli. Editora Gambatte; 128 páginas. Preço: 65 reais – (Editora Gambatte/Divulgação)

Orlandeli recorre tanto a Ernest Hemingway, de O Velho e ao Mar, quanto a Edgar Alan Poe, de O Corvo, para compor o imaginário de Smith. Suas referências nos quadrinhos parecem girar em torno do espanhol Miguelanxo Prado, com suas imagens surrealistas, quanto a Peter Kuper, com seus desenhos impactantes. A delicadeza, mesmo nos momentos mais duros, é uma marca indelével do artista brasileiro.

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O trabalho de Orlandeli se divide entre criações originais, como Mais uma História para o Velho Smith e O Mundo de Young, e produções com personagens já consagrados, como Capitão Feio e Chico Bento. São dele os três volumes da série de graphic novels em torno do pequeno caipira criado por Mauricio de Sousa: Arvorada (2017,também finalista do Jabuti), Verdade (2021) e Viola (2023). “A participação nesse selo é importante devido ao ‘canhão de holofote’ que é um Maurício de Sousa”, disse o autor. “Muita gente passou a conhecer meu trabalho chegando através do Chico Bento.”

Orlandeli: álbum lhe valeu primeiro Jabuti de sua carreira
Orlandeli: álbum lhe valeu primeiro Jabuti de sua carreira (Orlandelli/Reprodução)

Essa foi a primeira vez que o artista de Bebedouro conquistou o Jabuti, após ser finalista outras vezes. “É um prêmio diferente, celebrado por todos, e sua importância é reconhecida mesmo por quem não está ligado ao mercado editorial”, aponta ele. “Estar no Teatro Municipal do Rio, em uma atmosfera de celebração pela leitura e pela palavra, é encantador. O prêmio joga muita luz na obra e no autor, o que é uma oportunidade para outras pessoas olharem para o meu trabalho e para o quadrinho ser mais difundido.”

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Orlandeli está finalizando a campanha no Catarse de um livro que faz parte da série O Mundo de Yang. Já saíram três livros e agora está saindo o quarto. Essa série trabalha questões existenciais e filosóficas com bastante humor, em um mundo fantástico onde criaturas representam sensações e emoções. O livro já atingiu a meta da campanha e deve ser lançado na CCXP deste ano. “A CCXP é um evento muito importante para quem trabalha com quadrinho independente, pois permite o encontro com os leitores e um grande fluxo de gente, fazendo o material circular bastante”, conclui o autor.

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