Premiada quadrinista israelense vem a São Paulo para debate com Laerte
Rutu Modan é uma das convidadas do 4º Festival Literário do Museu Judaico de São Paulo, que acontece de 9 a 12 de outubro
Vencedora duas vezes do Prêmio Eisner, considerado o “Oscar” da indústria de quadrinhos, Rutu Modan é uma das convidadas do 4º Festival Literário do Museu Judaico de São Paulo, que acontece de 9 a 12 de outubro, na capital paulista. Autora dos premiados Exit Wounds (2007) e A Propriedade (2013), ela havia sido convidada anteriormente a participar da Bienal de Quadrinhos de Curitiba, em setembro, mas sua presença foi cancelada devido a pressões de grupos de artistas pró-Palestina.
A mesa “Quer que eu desenhe?”, na sexta-feira, 10 de outubro, às 19h, terá, além de Rutu Modan, a participação da cartunista brasileira Laerte Coutinho. A mediação será da jornalista Micheline Alves.
Rutu Modan é professora da Academia Bezalel de Artes e Design. Ela é cofundadora da Actus Tragicus, uma editora coletiva e independente para quadrinistas alternativos. Seu trabalho já foi publicado em publicações como The New York Times, The New Yorker e Le Monde. Sua obra mais recente é Túneis (2020), publicada no Brasil pela WMF Martins Fontes.
Em recente entrevista a VEJA, Rutu Modan disse que reagiu aos ataques de 7 de outubro de 2023 com um choque profundo, descrevendo os eventos como algo “além dos seus piores pesadelos”. Inicialmente, os ataques a deixaram “muito zangada” e cheia de “ressentimento”, levando-a a uma reavaliação dramática de seu romance gráfico anterior, Túneis, o qual ela considerou “lixo” e “realmente ingênuo”, sentindo-se “estúpida” por parecer que estava “cega e não vi o que estava acontecendo”.
No entanto, com o tempo, sua perspectiva mudou, e ela passou a ver a obra como uma “sugestão” ou “solução” para a situação, enfatizando a importância da cooperação apesar da desconfiança. A artista acha que o livro sugere que “é possível superar” as dificuldades por meio da união. Com os eventos recentes, sua crença na disposição de certos grupos em priorizar a vida humana voltou a ficar abalada, e ela expressou dúvidas sobre a representação de seus personagens. “Já não tenho mais certeza se eles escolheriam uma opção humanitária em vez da terra”, argumentou. “E isso é muito triste”.
Em resposta a este trauma, Modan começou a trabalhar em um novo livro baseado em diários que iniciou aproximadamente “duas semanas após o ataque”, buscando retratar sua experiência sem ser “uma vítima… [ou] defensiva… [ou] agressiva”. Contudo, ela relatou que seu agente e tradutor americanos a desaconselharam a publicar a obra no mercado dos EUA, sob o argumento de que “ninguém vai entender você, ninguém quer ouvir” sobre a complexidade do que os israelenses estavam sentindo, pois “agora não há mais complexidade no mundo”.
Serviço
4º Festival Literário do Museu Judaico de São Paulo
Emet: a verdade tem começo, meio e fim?
9 a 12 de outubro
Mesa: Quer que eu desenhe?
Dia 10.10, às 19h.
Rutu Modan e Laerte Coutinho
Mediação: Micheline Alves
Moradores do Retiro dos Artistas comovem com pedidos de Natal
As reações nos bastidores do STF ao projeto que reduz pena de Bolsonaro
Governo confirma novo valor do salário mínimo para 2026
Vasco x Fluminense na Copa do Brasil: onde assistir, horário e escalações
A confusão em festa de confraternização da equipe de Virgínia Fonseca







