
Quando o PT lançou aquela propaganda nacional com as famílias felizes vendo a si próprias mais pobres no passado e fazendo aquelas carinhas de dó e pavor de voltar àquele estado em eventual governo tucano, escrevi o artigo “Por que o Lulinha não volta ao zoológico no vídeo do PT?“, no qual eu sugeria um vídeo-resposta da oposição que incluísse não só o filho de Lula vendo a si próprio limpando estrume de elefante, como também outras pessoas – não necessariamente pobres – que subiram de vida com o governo petista. Um trecho dizia:
“Em lugar da menina tomando sorvete com a família arrumadinha e vendo a si própria maltrapilha de pãozinho na mão, teríamos o cientista petista Miguel Nicolelis com a veste robótica da abertura da Copa, pela qual recebeu R$ 33 milhões do governo federal, vendo-se buscar outras fontes lá nos EUA.”
Foi o bastante para uma porção de defensores da “ciência” me patrulhar aqui no blog por colocar o cientista ao lado de gente do naipe de Lulinha, Fernando Cavendish, Rosemary Noronha e dos blogueiros sujos. Agora, até a revista do MIT (Massachussetts Institute of Technology) apontou o exoesqueleto de Nicolelis – já incluído na lista de VEJA dos 10 micos da ciência em 2014 – como um dos maiores fracassos tecnológicos do ano passado, ao lado do Google Glass e da moeda virtual Bitcoin. Sei que hoje o vídeo-resposta teria de ser um longa-metragem, para caber Nestor Cerveró, Renato Duque, Paulo Roberto da Costa e demais estrelas do Petrolão, mas como roteirista eu exijo: Nicolelis fica, enquanto o exoesqueleto não sair do armário do PT.
Se para uns a fonte já secou (e sobraram só as bitcoins), para ele ainda não.
* Na Folha: Cientistas criticam MEC por dar R$ 247 milhões a projeto de Nicolelis.
Felipe Moura Brasil – https://www.veja.com/felipemourabrasil
Siga no Facebook e no Twitter.