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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".

Reportagem, não! Fantástico faz propaganda da campanha “Eu não mereço ser estuprada” e da pesquisa do IPEA

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 04h08 - Publicado em 31 mar 2014, 04h42

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[Acréscimo de 4 de abril: FIM DA FARSA DO IPEA! ATENÇÃO! VÁ PRIMEIRO PARA ESTE ARTIGO: País de estupradores, uma ova! IPEA admite que… eu estava certo! Ai, que chato! Maioria discorda de ataques às mulheres! Só falta o instituto, os jornais, a TV e os ativistas admitirem o proselitismo ideológico também]

O Fantástico, conforme o esperado, não fez reportagem. Fez propaganda da campanha “Eu não mereço ser estuprada” e da pesquisa do IPEA, sobre as quais já escrevi dois artigos. Os responsáveis pela primeira, Nana Queiroz, e pela segunda, Daniel Cerqueira, fizeram os papeis de “delegada” e “criminalista”, orientando as mulheres sobre denúncias e culpas.

A “matéria” completa está aqui.

As ameaças virtuais de estupro a Nana (e a “centenas” de mulheres que aderiram à campanha) ganharam destaque, sem que nenhum potencial estuprador tenha sido identificado para além de imagens obscuras de internet, nem qualquer investigação concluída. Nana pode até ter sido ameaçada de fato, o que é terrível, mas “ninguém merece” um programa de TV que sai por aí divulgando ameaças virtuais que reforçam a própria campanha da suposta vítima, sem ter a certeza – e demonstrá-la ao público – de que não se tratam de ameaçadores fakes, criados ou não por ativistas interessados, ainda que sem o conhecimento da criadora da campanha.

Para a propaganda ser completa, só faltou associar o nome de um inimigo político às ameaças, incluindo, para tanto, o trecho original de Nana no Facebook – reproduzido por Leonardo Sakamoto, Revista Forum e demais esquerdistas – sobre as “montagens com fotos do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) com dizeres ofensivos”. Mas imagino que a equipe do Fantástico não tenha lido essa parte…

Mais adiante na “matéria”, as frases fajutas da pesquisa do IPEA foram exibidas ao lado dos números sem que nenhum crítico da metodologia utilizada tenha sido ouvido – e eu não fui o único, como vocês verão aqui nesta segunda-feira, embora um dos primeiros. Os repórteres simplesmente venderam a conclusão forçada do coordenador Daniel Cerqueira de que “A sociedade brasileira está impregnada pela cultura machista”; e o âncora convocou o público a mandar fotos para o site do programa com a frase “Eu não mereço ser estuprada”, dizendo que elas seriam exibidas no encerramento, o que de fato ocorreu, com direito a um vídeo final em que alguém dizia: “Você nasceu de uma mulher, então ame as mulheres.” Imagino o quanto os estupradores ficaram comovidos…

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Captura de Tela 2014-03-31 às 03.03.29Foi dito, é verdade, que as mulheres eram 66% dos entrevistados, mas isto – que sequer corresponde à proporção real delas na população brasileira – virou apenas uma prova de que elas também se culpam pelo estupro e se rendem ao “machismo” dos homens, de modo que precisam se libertar: “(…) centenas de vítimas simplesmente não vão prestar queixa à polícia, porque elas vão achar que elas que na verdade fizeram alguma coisa, que facilitaram e vão ser mal vistas na sociedade”, disse o “criminalista” do IPEA, Daniel Cerqueira, tirando da conclusão forçada de sua pesquisa fajuta outra mais forçada ainda. Se, com a distorção daquele item sobre “merecer ser atacada”, já parecia que a “cultura machista da sociedade” era a culpada pelo estupro, agora parece que é culpada pela falta de denúncia por parte das mulheres também.

Nenhum especialista de verdade foi entrevistado para informar sobre os verdadeiros motivos de estupradores, nem sobre que diabos a suposta opinião da suposta maioria têm a ver com seus crimes ou com a falta de denúncia deles, muito menos para revelar os altos índices de denúncias falsas de abuso sexual. Em suma: nem delegado, nem criminalista, nem crítico de metodologia, nem campanha contrária como “Eu não quero ser enganada pelo IPEA”, nem “outro lado” algum. Só a propaganda de um (ou dois) dos maiores embustes dos últimos tempos.

O Fantástico, assim como a novela “Em família”, de Manoel Carlos, não “soube se comportar” e, no sentido de “crítica” que a palavra “ataque” também tem, “merece ser atacado”.

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Felipe Moura Brasil – https://www.veja.com/felipemourabrasil

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Artigo anterior:
Estupro? Machismo? Culpa? Levante a plaquinha: “Eu não mereço ser enganada pelo IPEA!” E mais: maioria defende pena de morte ou prisão perpétua a estupradores!

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No próximo artigo, vocês verão que quem entende de metodologia concorda comigo…

Pós-escrito – Aqui está ele: O Relatório Moura Brasil sobre a pesquisa fajuta do IPEA (e a cabeça dos ativistas). E não é que os especialistas de verdade concordam comigo? Ai, que chato! Manchetes comprovam: verbo “atacar” não é só estuprar! Jura?…

[Acréscimo de 4 de abril: FIM DA FARSA DO IPEA! ATENÇÃO PARA ESTE ARTIGO: País de estupradores, uma ova! IPEA admite que… eu estava certo! Ai, que chato! Maioria discorda de ataques às mulheres! Só falta o instituto, os jornais, a TV e os ativistas admitirem o proselitismo ideológico também]

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