Polícia Federal investiga Lula por atacar Aécio
O jornal mineiro Hoje em Dia informa que a Polícia Federal (PF) em Minas vai interrogar Lula, por meio de carta precatória, em uma investigação eleitoral em que o petista é suspeito de ter cometido os crimes de calúnia, injúria e difamação contra o senador Aécio Neves (PSDB). Os delitos teriam ocorrido num comício em prol […]

O jornal mineiro Hoje em Dia informa que a Polícia Federal (PF) em Minas vai interrogar Lula, por meio de carta precatória, em uma investigação eleitoral em que o petista é suspeito de ter cometido os crimes de calúnia, injúria e difamação contra o senador Aécio Neves (PSDB).
Os delitos teriam ocorrido num comício em prol da candidatura à reeleição de Dilma Rousseff (PT), no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, em 18 de outubro de 2014. Com o acirramento da campanha, Lula partiu para o ataque contra o tucano naquele dia.
O inquérito foi aberto em 9 de fevereiro em solicitação do procurador regional eleitoral, Patrick Salgado, com base em representação da coligação “Muda Brasil”, do PSDB e aliados.
Como Lula não possui foro privilegiado, o procurador remeteu a investigação à promotora eleitoral Cláudia Ferreira de Souza que, por sua vez, pediu à PF a abertura do inquérito.
Salgado, do Ministério Público Federal (MPF) em Minas, classificou como séria a denúncia de crime eleitoral contra Lula:
“Durante esse comício, segundo consta na representação, Luiz Inácio Lula da Silva teria imputado fatos ofensivos à reputação do então candidato à Presidência da República Aécio Neves, além de ter-lhe ofendido a dignidade e o decoro, situação que lhe causou danos à honra objetivo e subjetiva”.
Mais: “os elementos constantes dos autos deveras sugerem a prática dos crimes de calúnia, difamação e injúria com finalidade eleitoral. O cenário alinhavado está a indicar a utilização de um evento público para ofender a honra do candidato adversário, visando realizar propaganda eleitoral negativa, prática que é altamente reprovável por ferir também a higidez do processo eleitoral”.
A apelação de Lula
Na reta final da campanha de 2014, Lula precisou apelar, acusando Aécio de usar violência contra as mulheres:
“A tática dele é a seguinte: vou partir para a agressão. Meu negócio com mulher é partir para cima agredindo.”
Lula também chamou Aécio de “filhinho de papai” e insinuou que o tucano tem o hábito de dirigir embriagado por ter se recusado a se submeter ao teste do bafômetro em uma blitz no Rio de Janeiro.
“Quando a Dilma perguntou do bafômetro, ele disse que não tinha carteira. Bafômetro não é para medir se tem carteira ou não. Bafômetro não cheira carteira de motorista. Cheira álcool”.
Ainda no palanque, Lula fez referência ao fato de Aécio ter sido assessor do pai, o ex-deputado federal Aécio Cunha.
“Quem sabe qual foi o primeiro emprego do Aécio? O primeiro emprego foi assessor do pai que era deputado eleito por Belo Horizonte. E ele foi assessorar o pai em Minas, em Brasília? Não no Rio de Janeiro”.
Mais cedo, antes de Lula, o mestre de cerimônias do comício leu uma carta de uma psicóloga que atribui a Aécio a prática de espancar mulheres e de uso de drogas, além de classificá-lo como “ser desprezível”, “cafajeste” e “playboy mimado”.
Depois, o rapper Flávio Renegado, que discursou já na presença de Lula e aliados disse que Aécio costumava fazer festinhas regadas a “pó royal”. Durante o discurso de Lula, grande parte da militância presente emplacou um grito de “Aécio cheirador”.
Recordar é viver
A chamada baixaria eleitoral havia sido anunciada por Lula e Dilma.
Lula: “Eles não sabem o que nós seremos capazes de fazê, democraticamente, pra fazê com que você seja a nossa presidenta por mais quatro anos nesse país.”
Dilma: “Nós podemos disputar eleição, nós podemos brigar na eleição, nós podemos fazer o diabo quando é a hora da eleição. Agora, quando a gente está no exercício do mandato, nós temos que nos respeitar, porque fomos eleitos pelo voto direto do povo brasileiro”.
Dito e feito.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
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