
Quando o Jabor começar a falar assim do Obama, vocês me avisem, ok? Até lá, “Perigo vermelho” no (…) dos outros é refresco.
[Sobre Obama, ver meu artigo “A banalização da mentira“]
A propósito:
Em agosto de 2008, escrevi:
“Arnaldo Jabor (…), não tendo como negar os crimes do comunismo contra a humanidade, afastou-se de sua versão mais teen, mas não conseguiu se livrar de sua versão supostamente light (…). Foi assim que, não tendo tampouco como negar os crimes das Farc, Jabor procurou, pelo menos, absolver Karl Marx (…) naquele típico esforço sujinho de combater a diarreia, mas salvar o vírus. (…)”
Em maio de 2012:
“Para um esquerdista fiel às escolhas ideológicas de sua juventude, é por demais constrangedor apontar a estupidez do líder da esquerda brasileira sem dizer que a direita também é boboca. É preciso bater nos dois lados, com a ladainha de que ‘o país não pode ser dividido em esquerda e direita’. Claro que não pode. Se houvesse direita política no Brasil de hoje, o próprio Jabor não precisaria recorrer à direita americana para compor seus raps contra tudo, todos e coisa nenhuma.”
Em junho de 2013:
“Cinco anos depois, Jabor continua o mesmo. Em sua última coluna sobre o militante imaginário, com seu velho papo de ‘Muitos pensam que são marxistas. Não são.’ e sua mania de lamentar o socialismo real, mas isentar Karl Marx de culpa, ele mais uma vez ‘combate’ a diarreia, mas salva o vírus. Para completar, ainda ‘combate’ Lula e o PT, mas salva Dilma, o que é bastante natural: quem sempre salva o vírus precisa também salvar alguma coisa no meio da diarreia. (Com o perdão da metáfora indigesta.)”
Em outubro de 2013:
Arnaldo Jabor, no Jornal da Globo: “Um dia vamos agradecer ao destino por Obama ter estado no poder.” Jabor está atrasado: a Al-Qaeda e a Fraternidade Muçulmana já estão agradecendo há muito tempo.
No mesmo mês:
Para o jornalismo brasileiro, não existe mais direita no mundo: só direita radical, extrema-direita, direita fanática etc. Quem não fizer uma oraçãozinha para São Obama já é meio fundamentalista. (Dias depois que escrevi essas últimas notas, Arnaldo Jabor publicou um texto sobre os ‘fundamentalistas do Tea Party’, ‘mais perigosos que os islamitas guerreiros, que explodem trens e aviões mas não destroem a economia mundial por rancor, vingança e racismo, como os pequenos canalhas que humilhavam os negros na Flórida quando eu apareci por lá’. Jabor também chamou os republicanos de ‘homens-bomba americanos’. Demonização pouca é bobagem…)”
Em julho de 2013, Olavo de Carvalho resumiu em linhas gerais:
“Lendo o artigo do Arnaldo Jabor no Globo da terça feira, 16 de julho, pergunto:
Se esse sujeito enxerga tão claramente a podridão da esquerda nacional, que é que o impede de enxergar também a da esquerda americana, que é muito maior? Afinal de contas a Dilma tem pelo menos uma certidão de nascimento confiável, e nenhum político brasileiro subiu tanto na escala do gangsterismo quanto Eric Holder. Nenhum governo brasileiro, por mais esquerdista que fosse, jamais grampeou a população inteira, nem deu bilhões de dólares a empresas falidas de amigos do presidente, nem instalou ditaduras sangrentas em países do Oriente Médio. Como é possível odiar o petismo e amar o obamismo? Sei que livrar-se de um último ranço de esquerdismo sentimental é difícil, mas o Jabor já passou do prazo.”
Passou, mas agora quer “Weber em vez de Marx”… Vai ver, é um começo. Com sorte, um dia chega a Alain Peyrefitte. Com sorte, um dia avisa a seus leitores que não só “No Brasil, temos de esquecer categorias ideológicas clássicas”.