O Brasil Parada-Dura do PT e a censura à Sheherazade – Se “podemos fazer o diabo quando é hora de eleição”, o ano eleitoral começou mesmo diabólico no SBT
Rachel Sheherazade cometeu quatro dos maiores “pecados” no jornalismo brasileiro:
1) Chegou por ordem do patrão – no caso o dono do SBT, Silvio Santos.
2) Entrou já com salário alto – que hoje, segundo a coluna Radar, está em R$ 90 mil.
3) Foi colocada em horário nobre à frente do principal telejornal da casa – o SBT Brasil.
4) E, last but not least, começou a dar, diariamente, opiniões reacionárias.
Se a ombudsman da Folha de S. Paulo, Suzana Singer, endossada depois pela colunista do Globo Miriam Leitão, já chamou Reinaldo Azevedo de cachorro rottweiler quando ele passou a ter uma simples coluna semanal no jornal (escrita longe dos colegas), dá para imaginar os sentimentos que a presença diária de Sheherazade despertou na própria redação da emissora, não é mesmo? Ainda mais, sendo bonita.
Em janeiro, o blogueiro Miguel Arcanjo Prado “revelou” na página de Fabíola Reipert no R7:
Os jornalistas do SBT comentam entre si que têm vergonha de trabalhar na mesma redação que Rachel Sheherazade. O motivo é o tipo de pensamento que a apresentadora faz questão de exibir e que incomoda grande parte de seus colegas. O jornalismo do SBT, que antes era considerado mais imparcial, está cada vez mais associado a um pensamento de direita, por conta da figura de Sheherazade.
“Pensamento de direita”, em geral, significa o pensamento da maioria da população brasileira, de acordo com todas as pesquisas de opinião. Um pecado mortal, sem dúvida, no Brasil das redações esquerdistas, que se vendem como imparciais para ludibriar essa mesma população.
Agora Fabíola acrescentou:
Rachel Sheherazade nem imagina, mas tem gente tentando puxar o tapete dela dentro do próprio SBT. Uma outra jornalista estava torcendo (e mexendo seus pauzinhos) para que a moça não voltasse das férias. O objetivo da fura-olho é ficar no lugar dela. Que coisa feia, né?
É sim, supondo que seja verdade. Mas imagino que Sheherazade “imagine” isso também.
O diretor de jornalismo do SBT e chefe dos supostos envergonhadinhos e puxadores de tapete é Marcelo Parada: nada mais, nada menos que um dos coordenadores de comunicação da campanha de Dilma Rousseff à presidência da República em 2010.
Não é secreta para ninguém sua notória parceria com o presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Rui Falcão, que não deve ser um admirador muito fanático da independência absoluta que sempre tive no SBT nas três vezes em que comentei assuntos políticos por lá.
Isto foi o que escreveu sobre Parada o jornalista Josê Nêumanne Pinto, demitido em fevereiro junto com mais dois comentaristas que atuavam nos noticiários da emissora de Silvio Santos: Denise Campos de Toledo e Carlos Chagas. Se, como já disse Dilma, “podemos fazer o diabo quando é hora de eleição”, o ano eleitoral começou mesmo diabólico no SBT.
Na ocasião, Parada comunicou a Nêumanne que um tal “comitê de programação” da emissora havia decidido extirpar a opinião dos telejornais da casa em nome do primado da notícia. Só não sei se foi o mesmo “comitê” que divulgou a nota oficial sobre o caso de Sheherazade, com a memorável frase: “Essa medida tem como objetivo preservar nossos apresentadores“.
Na ditadura petista, como em qualquer outra, censurar é mesmo um modo de preservar – de preservar o governo dos seus críticos, sobretudo os da TV aberta. Como escreveu Deonísio da Silva após a demissão de Nêumanne: “Quem censura tem medo.”
O próprio Lula já apontava o dedo para Sheherazade em outubro de 2013, segundo informou então Lauro Jardim: o ex-presidente “contou que recentemente assistia TV e, ao zapear, parou no SBT. Sem dar nomes, diz que viu uma jornalista de ‘vinte e poucos anos’ criticar pesadamente o governo e os políticos. Em sua avaliação, as críticas não tinham embasamento algum“.
Entre Lula “avaliar” a apresentadora e ela ser calada, passaram-se seis meses – sinal evidente de que o homem mais poderoso do Brasil está ficando velho…
De todo modo, as pressões externas e internas se avolumaram com as participações e representações especiais no Ministério Público de apoiadores da ditadura venezuelana como Jandira Feghali e seu PCdoB; e Ivan Valente e seu PSOL; sem contar a de Fabio Porchat, o garoto-propaganda da Caixa Econômica Federal, coincidentemente uma estatal cujas verbas publicitárias o governo ameaçou tirar do SBT caso mantivesse os comentários de Sheherazade.
E nunca é demais lembrar, como Nêumanne, da “generosidade com que a cúpula petista tratou o momentoso episódio da falência do Banco Panamericano, empresa do grupo Silvio Santos”.
O Brasil Parada-Dura do PT está (quase) todo resumido aí: uma mistura de inveja, ódio, intolerância, cinismo, infiltração, controle, chantagem, covardia, autoritarismo, abuso de poder.
“Nêsti paíf”, ninguém bate no consenso impunemente.
Felipe Moura Brasil – https://www.veja.com/felipemourabrasil
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Petição:
– Pela liberdade de expressão de Rachel Sheherazade no SBT Brasil
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