
O doleiro Alberto Youssef revelou em sua delação premiada a identidade secreta de José Dirceu no submundo da Petrobras. O mensaleiro petista aparecia na “contabilidade de pagamentos ilícitos a título de propina e caixa 2″ como “Bob”, provavelmente em referência a seu ex-assessor e carregador de malas Roberto Marques, aquele mesmo que foi autorizado pelo publicitário Marcos Valério a sacar 50 mil reais do Banco Rural em 15 de junho de 2004, conforme revelou VEJA em 2005 na reportagem intitulada “Aonde Dirceu vai, o Bob vai atrás“.
Dirceu e o também ex-ministro Antônio Palocci eram “as ligações” do consultor da Toyo Setal, lobista e operador de propina na Petrobras Julio Gerin Camargo com o PT, segundo o doleiro.
Camargo é aquele que teve de pagar 15 milhões de reais em propina aos ex-diretores Renato Duque (afilhado de Dirceu) e Paulo Roberto Costa para poder realizar obras da mesma refinaria em São José dos Campos que Lula inaugurou onze dias antes das eleições de 2010, dizendo que a Petrobras era um “motivo de orgulho”. O orgulho de Lula hoje enfrenta os prejuízos de 88,6 bilhões de reais provocados pela roubalheira institucionalizada pelo PT, a explosão de um navio-plataforma com mortos e desaparecidos, e a “tempestade perfeita” (segundo analistas) com a disparada do dólar que atingiu na quarta-feira a sua mais alta cotação desde 2004.
Se o juiz Sergio Moro der um jeito de quebrar o sigilo bancário do carregador de malas de Dirceu, podemos ter novidades ainda mais interessantes no fantástico mundo de Bob.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
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