Flavio Morgenstern desmascara as “jornadas de junho” em “Por trás da máscara – do passe livre aos black blocs”
Eu me lembro de um monte de mocinhas da Zona Sul carioca postando no Instagram dois anos atrás, entre uma foto de piscina e outra de praia, as suas selfies verde-amarelas com a legenda “Faça a sua parte”. Elas não tinham a menor ideia de quem eram os organizadores das manifestações de junho de 2013, ou qual a sua […]

Eu me lembro de um monte de mocinhas da Zona Sul carioca postando no Instagram dois anos atrás, entre uma foto de piscina e outra de praia, as suas selfies verde-amarelas com a legenda “Faça a sua parte”.
Elas não tinham a menor ideia de quem eram os organizadores das manifestações de junho de 2013, ou qual a sua agenda para o país, mas estavam absolutamente convencidas de que sair às ruas naquele momento, gritando contra “tudo isso que aí está”, sem um alvo definido (ao contrário dos atos de 2014/15 contra Dilma e PT), redimiria a sua absoluta abstinência de deveres cívicos no resto do ano.
Tamanha comoção obviamente não aconteceu por acaso, como analisei em dezenas de artigos que me fizeram perder algumas “amizades” e ganhar milhares de leitores – felizmente, em ambos os casos.
O analista político, tradutor e palestrante Flavio Morgenstern também analisou o movimento em tempo real em artigos na internet, mas agora aprofunda a análise no livro Por trás da máscara – do passe livre aos black blocs, as manifestações que tomaram as ruas do Brasil (Ed. Record), cujo lançamento carioca é hoje, às 19 horas, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, com direito a bate-papo de Alexandre Borges com o autor. A noite de autógrafos em São Paulo é na quarta-feira, às 19 horas, na Livraria Cultura Conjunto Nacional.
Morgenstern desmascara as “jornadas de junho”, desnudando com muito bom humor não apenas os eventos em si, mas o espírito da insurreição, o cenário, os interesses, o noticiário e, principalmente, as técnicas de utilização dos movimentos de massas para fins políticos no Brasil e no resto do mundo.
Citando farta bibliografia a respeito e comparando as versões de cada país e época, ele escreve:
“Talvez não seja o caso de se perguntar o que há de tão original em movimentos de massa, e sim como pessoas tão pouco interessadas em política de repente se uniram a discursos exigindo mais serviços estatais com o auxílio de memes e linguagem típica da internet.”
“Toda a grande novidade resume-se a elas [as manifestações] terem sido organizadas por redes sociais digitais, antes inexistentes. O restante da quizomba permanece idêntico: agitação de massas promovida por sindicatos e movimentos revolucionários, apenas mascarando seu desejo de estatização através de nomes mais apreciáveis ao grande público do século XXI, como ‘Passe Livre’ ou ‘Occupy’.”
Para entender as forças em jogo no ambiente político-cultural brasileiro e nunca mais se deixar levar por propagandas genéricas, faça a sua parte também: leia Por trás da máscara.
Vou postar a foto no Instagram agora mesmo.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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