
É sempre assim: quando uma delação respinga, ainda que indiretamente, em algum tucano, de repente ela se torna válida para os petistas que a rechaçavam. A presidente Dilma Rousseff repetiu hoje o procedimento que usou na campanha eleitoral.
Hoje (como mostrei no post a respeito): Ao declarar que a roubalheira na Petrobras começou em 1997, Dilma validou o testemunho do mesmo Pedro Barusco que acusou o PT de roubar 455 milhões de reais de sua área na estatal.
Na campanha: Ao citar no debate do SBT a propina supostamente recebida pelo ex-presidente do PSDB, Sergio Guerra, morto em março de 2014, para que ele ajudasse a esvaziar uma CPI que investigava a Petrobras em 2009, Dilma validou o testemunho do mesmo Paulo Roberto Costa que acusou o PT de roubar 182 milhões de reais de sua área na estatal. (A presidente, claro, só não revelou que Costa não tinha certeza sobre o recebimento isolado de Guerra, mas sim sobre o recebimento sistemático do PT.)
Dilma sempre soube que os delatores dizem a verdade, e não haveria por que o doleiro Alberto Youssef ser diferente. Dilma sabe que o PT roubou mais de 637 milhões de reais da Petrobras.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
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