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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".

Dilma ficou encurralada com prisão de Delcídio

Pasadena e risco de não aprovar meta fiscal aumentam chances de impeachment para 2016

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 00h01 - Publicado em 26 nov 2015, 09h04
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Trecho da gravação reproduzido em imagem da TV Globo

Dilma Rousseff ficou encurralada com a prisão do líder de seu governo no Senado, Delcídio do Amaral.

Os dois principais motivos são os seguintes:

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1) Gravação indica envolvimento no escândalo de Pasadena

Anotações a mão de Nestor Cerveró, em sua minuta de delação premiada, indicam que Dilma “sabia de tudo de Pasadena” e que inclusive estaria cobrando o então diretor da Petrobras pelo negócio, tendo feito várias reuniões com ele.

O acordo de Cerveró foi firmado com a Procuradoria-Geral da República e submetido ao ministro Teori Zavascki, do STF, que ainda não decidiu sobre sua homologação.

O fato veio à tona nas conversas gravadas entre Delcídio, seu chefe-de-gabinete (preso junto com ele) Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro, que defendia Cerveró e está foragido nos EUA, e o filho do ex-diretor, Bernardo Cerveró, nosso herói responsável pela gravação.

No diálogo, o senador revela que teve acesso ao documento sigiloso da delação do executivo por meio do banqueiro André Esteves, CEO do banco BTG Pactual, e questiona sobre as citações a Dilma, ao que Bernardo confirma terem sido feitos por seu pai.

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Delcídio diz, aludindo às anotações de Cerveró: “Aí por exemplo, no caso da Dilma, ele disse: ‘A Dilma sabia de tudo de Passadena. Ela me cobrava diretamente. Pá, pá, pá. Fiz várias reuniões’.”

O áudio e a transcrição na íntegra estão AQUI.

2) Prisão aumenta risco de não aprovar meta fiscal

Por conta da votação no Senado sobre a prisão de Delcídio, Renan Calheiros teve de adiar para o dia 3 de dezembro a sessão sobre o projeto que muda a meta fiscal de 2015, admitindo um rombo nas contas públicas de 119,9 bilhões de reais.

A Folha e o Estadão explicam as consequências desse adiamento para o governo.

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Folha: “As prisões do líder do governo no Senado e de um dos príncipes do mercado financeiro agudizam a crise em várias frentes. No Congresso, votações importantes serão adiadas a ponto de o Palácio do Planalto já temer não conseguir aprovar a nova meta fiscal deste ano, o que o obrigaria a contingenciar nada menos do que R$ 100 bilhões até dezembro. Se não fechar as contas do ano em ordem, Dilma Rousseff começa 2016 extremamente vulnerável a um processo de impeachment”.

Para cumprir a meta antiga de superavit primário, de 1,1% do PIB, em apenas um mês, o governo sofreria um verdadeiro ‘shutdown’: teria de dar calote na folha de pagamento e suspender um volume brutal de benefícios sociais.”

Estadão: “A presidente ficou diante de um problema dramático. Ela tem até o dia 30 para editar o próximo decreto de programação orçamentária – ainda sem a nova meta fiscal aprovada.

A escolha de Dilma será entre uma posição que pode paralisar completamente o governo, aplicando um duro corte de despesas federais, ou entre repetir uma manobra que já foi considerada ilegal pelos ministros do TCU, baseando o decreto na premissa da nova meta fiscal de 2015, ainda não votada”.

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Dilma está mais uma vez por um fio e não será surpresa alguma se optar pela manobra ilegal.

É da natureza do PT.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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