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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".

Datafolha: 60% dos brasileiros atribuem criminalidade a “maldade”, mas 74% dos parlamentares a justificam!

Brasil explicado

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 00h19 - Publicado em 13 out 2015, 17h24

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O Datafolha comparou uma pesquisa feita com os 289 deputados federais e 51 senadores da atualidade com os dados de outro levantamento realizado em setembro de 2014 com a população.

Destaco um ponto da matéria da Folha a respeito:

“Os contrastes mais significativos de posição aparecem quanto à criminalidade: 74% dos congressistas acreditam que a principal causa do problema seja ‘a falta de oportunidades iguais para todos’.

Dentre os brasileiros, só 36% concordam com isso – para a maioria, 60%, a maior causa é ‘a maldade das pessoas’, raciocínio endossado por 17% dos congressistas.”

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Jean-Jacques Rousseau negou a hipótese da maldade no século XVIII, mas os brasileiros felizmente ignoram Rousseau. Tem mais:

“Em relação a crimes cometidos por adolescentes, outra oposição: para a maioria dos congressistas (55%) esses jovens ‘devem ser reeducados’. Dentre a população, o índice é de 22%; 76% das pessoas acreditam que os adolescentes ‘devem ser punidos como adultos’ – frase endossada por 38% dos parlamentares.”

Para o cidadão brasileiro, com frequência ele próprio desprovido de oportunidades e vítima de bandidos, é muito fácil notar que crime é coisa de gente má, que difere dele nas escolhas morais interiores.

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Para o parlamentar brasileiro, cujos ganhos com “soluções” são maiores que com a prisão dos bandidos, é muito fácil alegar que faltam as oportunidades exteriores que ele oferece enquanto dura o seu mandato.

Quem representa o povo?
No Brasil, o único político reconhecido pelas massas por uma mensagem clara contra bandidos e adversários que os defendem calhou de ser Jair Bolsonaro (PP-RJ), não à toa o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro, mas cujo índice de rejeição nacional também é alto por conta das polêmicas em que se envolveu com outros assuntos e até no meio de debates acalorados sobre este.

Caso dispute a prefeitura do Rio em 2016, Bolsonaro poderá enfrentar notórios pregadores de oportunidades para bandidos, como o ex-petista Alessandro Molon (Rede) e o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) – ainda que a Segurança Pública seja atribuição do governo do estado.

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O prefeito Eduardo Paes, sabe-se lá se por convicção ou forma de se eximir da responsabilidade, também tem dado opiniões contundentes contra as autoridades que justificam crimes, como já mostrei diversas vezes aqui, e provavelmente tentará emplacar o sucessor Pedro Paulo com o mesmo discurso, embora o tema costume ser periférico no debate municipal.

Já o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ganhou certa popularidade ao colocar em votação a PEC da redução da maioridade penal, a favor da qual se posicionou com firmeza, mas seu suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras tem abalado sua reputação.

Deputados como Laerte Bessa (o autor da PEC), Major Olímpio, Peninha e outros que atuam contra o Estatuto de Desarmamento também discursam contra o banditismo prático e teórico, embora sejam menos conhecidos do grande público brasileiro.

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O fato é que o Brasil, com seus 64 mil homicídios anuais e um governo federal marcado pela criminalidade, precisa mais do que nunca de candidatos capazes de cativar esse grande público e colocar os defensores de bandidos em seus devidos lugares durante as campanhas eleitorais.

Ter o discurso alinhado com o da maioria da população nesse tema não dá ao eleitorado a certeza de que os candidatos farão jus ao seu voto. Mas o eleitorado tem de saber que votar em defensores de bandidos é garantia de que o país continuará sendo o eldorado do crime.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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