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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".

Como a esquerda mente sobre o sistema criminal

Blog mostra a refutação da falsa narrativa sobre bandidos, policiamento e raça

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 21h42 - Publicado em 30 set 2016, 14h30

Relembro seis comentários meus na cobertura do primeiro debate entre Hillary Clinton e Donald Trump:

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Em resumo:

A esquerda faz o mesmo nos EUA e no Brasil: ataca o sistema de justiça criminal em nome de negros e pobres, advogando em favor de bandidos, cujas maiores vítimas são geralmente negros e pobres.

Felizmente, a caricatura do sistema americano foi devidamente desmontada no artigo traduzido abaixo para este blog e escrito por Heather Mac Donald, autora do best seller na lista do New York Times “The war on cops” (“A guerra contra policiais”).

Como também já mostrei aqui: em nome do politicamente correto, a esquerda ainda condena ações policiais preventivas, sem as quais o resultado é a elevação do número de crimes, igualmente mais prejudicial aos negros e pobres que ela jura defender.

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Veja o texto publicado no City Journal, com links em negrito.

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As mentiras de Hillary no debate
Com seus comentários sobre crime, policiamento e raça, a candidata contribui para alimentar uma narrativa falsa e perigosa
Heather Mac Donald, 27 de setembro de 2016
(Versão original em inglês: AQUI.)

Hillary Clinton repetiu sua mentira contumaz na noite passada, quando afirmou que o sistema de justiça criminal está infectado com “racismo sistêmico”. A raça “determina” o modo como as pessoas são “tratadas no sistema de justiça criminal”, segundo Clinton. Os negros têm “maior probabilidade [que os brancos] de ser detidos, acusados, condenados e encarcerados”, por “fazer a mesma coisa”.

Tal falsidade perigosa, caso Clinton decida agir de acordo com ela como presidente, resultaria não apenas em políticas distorcidas, mas em contínua deslegitimação do sistema de justiça criminal. Essa deslegitimação, com consequente hostilidade e agressão contra policiais, já produziu o maior incremento (em cálculo anual) no numero de homicídios em áreas urbanas, em quase meio século.

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Criminologistas têm tentado por décadas provar que a super-representação de negros em prisões se deve ao racismo da justiça criminal. Eles sempre falham. Eles são forçados a chegar à mesma conclusão a que chegou Michael Tonry em seu livro “Malign Neglect” (“Negligência Maligna”): “A principal razão para a proporção de negros autuados, processados, condenados e encarcerados ser tão maior que a de brancos está em diferenças raciais relativas aos padrões de ofensa criminal, não em distorções de julgamento por parte de policiais e outros agentes”, segundo Tonry.

Em 1997, os criminologistas Robert Sampson e Janet Lauritsen revisaram larga literatura sobre acusação e sentenças. Eles encontraram evidências expressivas de que “grandes diferenças raciais em tipos de ofensa criminal”, e não o racismo, explicariam por que uma proporção maior de negros estava em prisões do que de brancos, e por períodos mais longos.

Afirmar, como fez Clinton ontem, que negros têm maior probabilidade de ser presos mesmo tendo feito o mesmo que brancos ignora a relevância da história criminal de um réu na determinação de sua sentença, entre vários outros fatores.

Até mesmo na semana passada, uma análise acerca da população prisional de Delaware, apresentada ao Comitê de Equanimidade no Sistema de Justiça Criminal, da Comissão de Acesso à Justiça de Delaware, revelou que quando os históricos criminais de jovens e adultos são levados em consideração, juntamente com os tipos de acusações e a idade do réu, as disparidades raciais nas sentenças são praticamente inexistentes.

Clinton também reclamou que “um demasiado número de jovens homens afroamericanos e latinos é encarcerado por ofensas não violentas”. Na verdade, a maioria dos prisioneiros nos Estados Unidos está cumprindo pena por crimes violentos.

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A aplicação de normas para ofensas menos graves à ordem pública enquanto eram prefeitos Rudolph Giuliani e, posteriormente, Michael Bloomberg realmente diminuiu a população carcerária no Estado de Nova York, na medida em que as intervenções quanto a comportamentos criminosos eram feitas em instâncias iniciais, antes que as práticas evoluíssem para crimes mais graves.

Desse modo, mesmo que tenham crescido os números de prisões por delitos pouco graves, caíram os encarceramentos decorrentes de crimes graves.

O número de presos em liberdade condicional também caiu na cidade de Nova York. Hillary Clinton pode pensar que a manutenção da ordem pública com imposição de medidas contra ofensas menos graves seja racista, mas cidadãos cumpridores da lei que residem em comunidades com altos índices de criminalidade imploram à polícia que aplique as leis da ordem pública, porque sabem que das querelas nas ruas emerge o uso violento das armas e outras situações graves.

Clinton reiterou seu apelo por um treinamento de oficiais que abarque o “direcionamento implícito”. A premissa desse tipo de treinamento é que policiais estão atirando em homens negros por conta de um direcionamento, ou de ideias pré-concebidas.

Contudo, foram lançados este ano quatro estudos que demolem essa acusação.

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Eles mostram que, se há idéias pré-concebidas entre policiais nas suas decisões de atirar, funcionam a favor dos negros e contra os brancos.

O treinamento que lide com o “direcionamento implícito”, baseado em uma mentira, é um desperdício grotesco de recursos em um momento no qual os agentes de segurança estão desesperados por mais treinamento tático, desenvolvendo práticas que lhes permitam decidir de modo seguro quando atirar ou não atirar, ou que, para começar, evitem colocá-los nesse tipo de situação-limite.

Clinton afirma que a tática de “abordagem e revista foi considerada inconstitucional”. Nenhum juiz federal teria o poder de declarar as abordagens inconstitucionais, porque a Suprema Corte colocou seu imprimatur nessa prática em 1965.

Abordar e revistar continua sendo uma tática policial essencial e legal.

O criminologista David Weisburd examinou a prática na cidade de Nova York e concluiu que ela reduz o crime em locais onde há alta incidência de tiroteios. A juíza federal da corte distrital Shira Scheindlin de fato decidiu que a prática das abordagens pelo Departamento de Polícia de Nova York era afetada por concepções racistas, mas sua decisão somente abrangia o referido Departamento de Polícia de Nova York.

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Essa decisão foi totalmente injustificada e provavelmente teria sido revertida em segunda instância, se o recém-eleito prefeito de Nova York Bill de Blasio [esquerdista do Partido Democrata] não tivesse deixado cair o recurso.

A juíza Scheindlin usou uma comparação de desempenho populacional para medir a legalidade das ações policiais: se as abordagens policiais não fossem compatíveis com o tamanho da população, seriam inconstitucionais, na visão de Scheindlin.

Essa metodologia ignora as maciças disparidades em termos de ofensas criminais na cidade de Nova York.

Os negros cometem mais de três quartos de todos os disparos de armas, mesmo correspondendo a 23% da população. Acrescentem-se disparos feitos por hispânicos aos feitos por negros e se tem 98% de todos os disparos feitos na cidade de Nova York. Os brancos compõem 34% da população da cidade; eles empreendem menos de 2% dos disparos com armas.

Essas disparidades em violência com armas significam que praticamente toda vez que os policiais são chamados em casos de fuga armada – significando que alguém foi baleado – eles são chamados para bairros onde vivem minorias, para agir em favor de vítimas da minoria, e se alguma testemunha ou vítima cooperar com a polícia, oferecerá a descrição de um suspeito também da minoria.

A realidade do crime, não racismo fantasioso da policia, determina a incidência da atividade policial, incluindo as abordagens a pedestres.

Clinton afirmou que a tática de abordar-e-revistar seria “ineficaz” e “não faria o que deveria fazer”.

Crimes graves caíram 85% do início de 1990 até meados de 2010 na Cidade de Nova York; mais de dez mil homens das minorias foram salvos de mortes violentas de que eles teriam padecido se mantidas as taxas de homicídio do início de 1990.

Abordar-e-revistar compunha parte crucial da queda na criminalidade, queda essa que foi a mais duradoura e acentuada já registrada. É difícil imaginar alguma coisa mais eficiente do que a revolução policial proativa em Nova York.

Abordar-e-revistar evitava que criminosos carregassem armas.

Igualmente importante, intervinha em uma vasta gama de outros comportamentos criminosos. Se um oficial visse alguém observando detidamente uma loja em um boulevard infestado com assaltantes, ou se visse alguém caminhando rapidamente atrás de uma senhora idosa em uma vizinhança cheia de bandidos, ele poderia parar aquela pessoa e fazer algumas perguntas.

A abordagem poderia não resultar em detenção, mas por outro lado, um crime poderia deixar de ser cometido.

Homicídios e tiroteios cresceram 20% na cidade de Nova York, na primeira metade de 2015, graças à queda no número de abordagens de pedestres causada pela decisão de Scheindlin.

O Comissário de polícia à época, William Bratton, respondeu com a movimentação maciça de forças de segurança para locais com altos índices de criminalidade; os oficiais utilizavam a “presença do comando”, isto é, sua mera presença nas ruas, para deter comportamentos criminosos.

Essa trasladação das forças de segurança aplacou o pico de tiroteios e a cidade de Nova York terminou o ano de 2015 com um crescimento de 6% na taxa de homicídios. Outros departamentos não têm a mesma quantidade de pessoal disponível para esse tipo de policiamento proativo.

Donald Trump está certo em alertar para o despoliciamento e para o que eu chamei de Efeito Ferguson.

“Neste momento, nossa polícia, em muitos casos, está com medo de fazer qualquer coisa”, disse ele. O resultado é uma expressiva perda de vidas de pessoas negras em cidades como Chicago e Baltimore.

A lei e a ordem estão em colapso no interior das cidades; os policiais estão rodeados por massas hostis quando saem de suas viaturas para conduzir investigações. A resistência a prisões tem crescido, aumentando as chances de policiais usarem a força. E os tumultos raciais estão retornando às cidades americanas.

A atual falsa narrativa sobre policiamento e raça tem de mudar, ou acabaremos por presenciar maior incidência de crimes violentos e futura violência racial.

Está claro, contudo, que Hillary Clinton vai continuar a colocar lenha nas tensões raciais com todas essas mentiras sobre o sistema de justiça criminal.

* Traduzido por Tânia Manzur, a pedido e com revisão dinâmica do colunista de VEJA Felipe Moura Brasil.

* Este blog recomenda também a compilação inicial de imagens feita por Paul Joseph Watson no vídeo abaixo sobre os recentes atos de vandalismo em Charlotte perpetrados pelo “Black Lives Matter”, os black blocs americanos que a imprensa de esquerda trata como “manifestantes”.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=MDzsE5heUuA?feature=oembed&w=500&h=281%5D

* Relembre aqui no blog:
– O politicamente correto mata em Nova York. Vamos lembrar o post de um ex-deputado do PT?
– Vídeo sensacional – Xerife negro detona ‘Black Lives Matter’ e empareda CNN
– Vídeo: “Quais vidas de negros importam?”
– Vídeo sensacional: Negro interrompe prefeita para falar dos crimes de negros contra negros que a militância ignora
– Os verdadeiros números da violência entre negros e brancos
– FERGUSON: Não houve crime, mas, nesse caso, os fatos não têm vez
– Giuliani detona Obama por ‘propaganda anti-policial’. Ex-prefeito de Nova York também critica Blasio por descontrole

Felipe Moura Brasilhttps://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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