Cássio Cunha pedido de impeachment, enquanto Eduardo só Cunha frases de efeito. Está marinando!
O PSDB agendou o pedido de impeachment contra Dilma Rousseff para o próximo mês: “Estamos só esperando que o doutor Miguel Reale Júnior conclua um parecer jurídico. Esse parecer depende de uma perícia que pedi ao TCU sobre as pedaladas fiscais do governo. Devemos formalizar em maio”, disse o senador Cássio Cunha Lima a Josias […]
O PSDB agendou o pedido de impeachment contra Dilma Rousseff para o próximo mês:
“Estamos só esperando que o doutor Miguel Reale Júnior conclua um parecer jurídico. Esse parecer depende de uma perícia que pedi ao TCU sobre as pedaladas fiscais do governo. Devemos formalizar em maio”, disse o senador Cássio Cunha Lima a Josias de Souza.
O Artigo 86 da Constituição é claro:
“Admitida a acusação contra a Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.”
Os ministros do TCU, segundo a Folha, “acreditam que há possibilidade real de que Dilma… seja responsabilizada em ao menos um dos 40 processos” e consideram que as falhas da Previdência terão impacto ainda maior. Para integrantes da corte, os 2,3 trilhões de reais em passivos da Previdência não contabilizados em 2014 são “graves” e serão levados em conta pelo relator Augusto Nardes, para quem “existem várias situações de ilegalidade em relação às pedaladas”.
Enquanto Cássio Cunha pedido de impeachment, Eduardo só Cunha frases de efeito, como este blog avisa desde a sua eleição. Estas são as novas do presidente amarelão da Câmara:
1) “Nunca houve um processo de coalização no governo petista. Sempre houve processo de submissão: ou você concordava em estar submisso ou não era aliado…”
2) “Foi a quarta eleição sob a égide do PT. A hegemonia eleitoral acaba dando condições para a hegemonia política. Mas, na última votação, apesar da vitória nas urnas, o PT perdeu as condições para a hegemonia política.”
3) “Acabou a dependência que contaminou uma parte do parlamento. Diria que essa mudança é precursora da reforma política.”
Tudo muito bonitinho, mas reforma política é tirar o PT do poder e cassar o registro o partido, processos que Cunha (ainda) se recusa a admitir, igualando-se a FHC (veja aqui) e Marina Silva.
Sobre o “Fora, Dilma”, aliás, a ambientalista disse ao Estadão:
“Essa é a agenda que eles colocam e eles têm toda a legitimidade para colocá-la. Aliás, eles aprenderam isso justamente com o PT. Era o ‘Fora Sarney,’ o ‘Fora Collor,’ o ‘Fora FHC,’ o fora qualquer um. Eu sei até porque eu era do PT. Mas, neste momento, mesmo sabendo da gravidade da crise, seria reducionismo político as lideranças políticas simplesmente fazerem o discurso que a sociedade quer ouvir.”
Fazer o discurso que a sociedade quer ouvir não é mesmo o forte de Marina Silva, sucessivamente derrotada nas urnas. Agora sabemos que, para a rainha das falsas equivalências e dualidades, também é “reducionismo político” cumprir a Constituição.
Se continuar marinando, Eduardo só Cunhará a impunidade no país.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
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