Campanha do SUS atribui a ‘racismo’ mortes por doença genética predominante em negros. Médicos reagem

Já mostrei aqui as duas frentes de uma mesma estratégia do governo do PT: a administração ordenada do caos na saúde pública do Brasil e a criação de justificativas para a importação de médicos cubanos em massa. Para que ambas funcionem, os petistas transferem suas responsabilidades pelo caos aos médicos brasileiros, uma “elite” supostamente inimiga do povo.
O golpe mais recente contra a classe é a campanha “SUS Sem Racismo”, do Ministério da Saúde, exemplo emblemático de como o PT explora o ódio racial com base em embustes estatísticos para obter vantagens políticas. Se os médicos denunciam a manipulação da opinião pública, o partido cinicamente denuncia os médicos por se oporem ao combate ao racismo que eles próprios supostamente praticam: “a campanha do governo foi feita, justamente, para mostrar como os negros são maltratados por parte dos médicos brasileiros”, diz o site do PT.
Esta peça da campanha é um exemplo “estarrecedor” de como se justifica tal conclusão:
Transcrevo o texto:
“Diz que não existe racismo, mas… em 2012 a taxa de mortalidade por doença falciforme entre pessoas pretas foi de 0.73 mortes e 0.28 entre pardas, enquanto na população branca foi de 0.08 (por 100.000 hab).”
Só tem um detalhe, que pode ser encontrado em qualquer página médica, como a do doutor Dráuzio Varella: “A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária, predominante em negros, mas que pode manifestar-se também nos brancos.”
Logo, é ÓBVIO que a anemia falciforme tende a matar mais negros do que brancos, mas a realidade nunca foi empecilho para a propaganda petista.
Felizmente, os médicos reagiram ao embuste nas redes sociais, considerando a manipulação “torpe” e “absurda”.
“Quem deveria de verdade sofrer campanha anti-racismo neste caso são as doenças e não os profissionais que trabalham no SUS. Vamos colocar no holofote as atitudes racistas que a anemia falciforme propaga, assim como o câncer de próstata e a hipertensão arterial, que insiste em adoecer mais negros do que brancos”, ironizou a página Academia Médica.
Ou então, acrescento eu, vamos acusar o câncer de pele de racismo contra os brancos, já que os negros produzem mais melanina, especialmente a eumelanina, muito eficiente na proteção contra os raios ultravioleta do sol, e têm menor risco de desenvolver a doença.
“Dizer que os pacientes falciforme morrem mais porque o SUS é racista equivale a dizer que as mulheres morrem mais de câncer de colo uterino do que os homens porque o SUS é machista”, escreveu a doutora Martha Mariana Arruda, médica hematologista da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
Arruda explicou que o gene defeituoso causador da anemia teria surgido quase simultaneamente na África, no Oriente Médio e no Mediterrâneo há cerca de 50-100.000 anos e se espalhado porque servia de proteção contra a malária na infância. E o local que acumula 90% dos casos mundiais de Malária é a África Subsaariana, também conhecida como ‘África Negra’, justamente de onde vieram os escravos trazidos para o Brasil no período colonial.
Em suma: “Isso não tem NADA a ver com racismo, a não ser que se diga que a Malária era racista”, escreveu Arruda.
O post original do Facebook governista – aparentemente tirado do ar após a reação – ainda acrescentava a frase: “A maioria não sabe, mas a população negra precisa de cuidados específicos para doenças como a anemia falciforme. Se presenciar casos de racismo na rede pública de saúde, disque 136 e denuncie. Não fique em silêncio. #SUSsemRacismo #SaúdeSemRacismo“.
Transcrevo o trecho final do post da médica, absolutamente correto:
“O que está escrito conclama o usuário a DENUNCIAR o racismo. Bom, o que a população vai fazer? Reclamar para o bispo? Porque se o problema é a instituição, o gestor – leia-se: o governo – não tem pra quem reclamar, não é mesmo?
Não, a intenção da campanha é clara: estabelecer que existe racismo nas RELAÇÕES DE ATENDIMENTO à população, pelos profissionais de saúde. Ou seja, os ‘racistas’ não seriam os gestores, que não fizeram o que deveriam ter feito, e oferecem um PÉSSIMO serviço ao usuário/contribuinte. Os racistas seriam os profissionais atuando na ponta, que não atendem essa população de maneira adequada, única e exclusivamente porque racistas.
A propósito, o vídeo oficial da campanha começa dizendo assim: ‘No Brasil, ainda existe racismo no ATENDIMENTO em saúde…’
Em resumo: a campanha é mal feita, mal direcionada e em última análise, falsa. Das três uma (ou mais…):
1) Trata-se de (mais) uma maneira de desmoralizar os profissionais de saúde, especialmente os médicos, especificamente aqueles que atendem no SUS, a fim de desqualificar a classe e justificar os absurdos que o Ministério vem patrocinando nesta área…
2) Trata-se de (mais) uma estratégia diversionista, para dividir a atenção da opinião pública com petrolões, inflações, impostões, jurões, pibinhos, etc.
3) Ou, como eu disse no início, trata-se de (mais) uma tentativa de transferir as responsabilidades pela péssima qualidade dos serviços públicos oferecidos à população, dos gestores, aos prestadores.
Espero sinceramente que a opinião pública não caia nessa.”
Pois é. Trabalhemos todos para isso, porque nem no Natal a máquina de embustes do governo dá uma trégua.
Veja mais aqui no blog sobre o “Mais Médicos”:
– Deu no Wall Street Journal: Tráfico de médicos escravos, adotado por Dilma, “é o crime perfeito”. Cuba ganha quase 8 bilhões de dólares por ano e ainda posa de solidária
– Exportados para a Venezuela, médicos cubanos miseráveis imploram para entrar nos EUA
– Escrava cubana que atuava no ‘Mais Médicos’ do governo Dilma teria fugido para os EUA, como já fizeram escravos alugados pelo governo Maduro, na Venezuela. Conheça a verdadeira história do programa do Foro de São Paulo
– Conheça o Foro de São Paulo, o maior inimigo do Brasil
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
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