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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Arnaldo Jabor ainda quer acusar a direita de “racismo”?

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 02h41 - Publicado em 10 nov 2014, 19h02
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Em sentido horário: Mia Love, Tim Scott, Ben Carson e Will Hurd. Veja o perfil de cada um dos quatro republicanos no fim deste post

Há pessoas recém-chegadas ao engajamento político-cultural que atribuem erroneamente a qualquer crítico recente do PT o rótulo de direitista ou conservador, como fazem cinicamente os próprios petistas com qualquer um que os critique ou esteja à sua direita.

Arnaldo Jabor é um desses críticos, presente até na lista negra do Alberto Cantalice. Os militantes do PT soltam “kkkkkkkkkkkks” se você lembrar que ele é apenas um esquerdista que não pôde coadunar com a roubalheira do partido mas faz o que pode para manter a salvo o vírus marxista, como aponto desde 2008. No post “Para Jabor, perigo vermelho no (…) dos outros é refresco“, eu já havia reunido minhas ironias, ano a ano, às esquerdices do colunista do Globo.

Até 2013, Jabor combatia Lula e o PT, mas preservava Dilma, e eu não o acompanhei na disputa eleitoral para saber se ele já se desiludiu com a presidente também, como sói acontecer com suas crenças de juventude depois de alguns choques de realidade. Mas incurável mesmo, pelo que vi na semana passada na TV, é a sua necessidade de ir buscar nos Estados Unidos uma esquerda para chamar de sua. Quando tenta proteger o presidente Barack Obama das críticas da direita americana, aí é que Jabor se revela, recaindo até em expedientes dignos do PT.

Comparemos:

– No relatório da Comissão Executiva Nacional do partido, lê-se: “A oposição, encabeçada por Aécio Neves, além de representar o retrocesso neoliberal, incorreu nas piores práticas políticas: o machismo, o racismo, o preconceito, o ódio, a intolerância, a nostalgia da ditadura militar” – tudo mentira e inversão leninista, é claro, do partido que fez a campanha mais sórdida da história brasileira e, antes disso, desfiou uma porção de ataques racistas ao ministro Joaquim Barbosa por ter condenado os mensaleiros corruptos.

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– Em comentário no Jornal da Globo, Jabor igualmente “played the race card” (como se diz nos EUA quando esquerdistas “jogam a carta do racismo” contra seus adversários políticos), dizendo que os republicanos não esquecem que Obama é preto.

É não ou é de fazer inveja ao PT?

Anos atrás, dizer isto do partido que trabalhou com os líderes dos direitos civis para garantir aos negros o direito de votar, compartilhar espaços públicos e integrar o sistema escolar, e tinha políticos como Artur Davis, Condoleezza Rice, Elbert Guillory, entre outros negros, já era pura vigarice de quem precisa desqualificar moralmente os adversários por medo de enfrentá-los no debate de ideias.

Agora que os republicanos conquistaram as duas casas do Congresso americano pelo voto, elegeram representantes negros como Mia Love, Tim Scott e Will Hurd, e provavelmente terão com o dr. Ben Carson um forte candidato negro à presidência, a vigarice se eleva a níveis petistas de fato. Até o insuspeito Washington Post publicou a matéria “Os republicanos estão ganhando o apoio dos negros americanos. Esta eleição foi um ponto de virada“, mostrando que os eleitores negros deram mais votos ao partido nesta eleição – inclusive aos candidatos brancos – do que nas últimas.

Ao contrário de Obama, um ex-líder comunitário tratado desde a universidade como vítima racial pela esquerda acadêmica, os negros republicanos – cujos perfis seguem no fim deste post – trazem em suas próprias biografias o exemplo de sucesso conquistado pelo trabalho duro, com mérito pessoal, e não com o assistencialismo do governo, o que os torna alvos políticos mais difíceis para os ataques do Partido Democrata, avesso a negros independentes que recusam o papel de coitadinhos.

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Além do esforço intelectual de conservadores como Thomas Sowell e liberais como Larry Elder no desmascaramento das esquerdas, as declarações de negros como James “Snerdley” Golden, da EIB Network – “O que o esquerdismo fez para a comunidade negra é horrível” – e livros como o do editor negro do Wall Street Journal, Jason L. Riley – Por favor parem de nos ajudar: como a esquerda americana dificulta o sucesso dos negros – vêm reforçando ainda mais o combate à narrativa esquerdista dominante, assim como o excelente vídeo da Prager University – Quem são os racistas? Conservadores ou esquerdistas? – cuja tradução segue abaixo. Só faltou mesmo incluir o Jabor depois da Oprah, mas isto eu deixo para a imaginação do leitor.

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* Tradução: Gabriel Marini e Felipe Moura Brasil:

Dificilmente passa um dia sem que alguém de proeminência – um político, um apresentador de talk show, um artista – chame algum conservador – ou conservadores de maneira geral – de racista.

Aqui estão os exemplos típicos:

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O presidente do Comitê de Campanha Democrata, o congressista Steve Israel: “Até uma extensão significativa, os conservadores são movidos pelo racismo”.

O jornalista televisivo Ed Schultz: “Eis o que o Partido Republicano defende: racismo”.

Oprah Winfrey: “Há um nível de desrespeito pelo cargo que ocorre em alguns casos, e até talvez em muitos casos, porque o presidente é afro-americano. Não há dúvidas sobre isso”.

Chamar alguém de racista deveria ser uma coisa muito séria. Um racista é a uma pessoa que acredita que a raça de alguém é inerentemente superior ou inferior à de outrem. Não é inteligência ou bondade que determina o valor de um indivíduo; é a sua cor de pele.

Dizer que o racismo é tolo e estúpido – para não mencionar maldoso – é suavizar o caso. Mas, de acordo com muitos de seus críticos, conservadores são assim tão estúpidos e maldosos. Entretanto, com poucas exceções, conservadores não são nem uma coisa nem outra. Então por que a acusação é feita?

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A pergunta é primariamente política: para manter o apoio dos negros aos esquerdistas e às políticas esquerdistas.

Para defender essa acusação, os acusadores apontam para as políticas públicas conservadoras. Então examinemos algumas políticas conservadoras para ver se elas são, de fato, racistas. A oposição conservadora de longa data às políticas de Ação Afirmativa (como a de cotas raciais) é um bom ponto para começarmos.

Foi o presidente democrata John F. Kennedy que usou, pela primeira vez, o termo Ação Afirmativa, em 1961. Mas a Ação Afirmativa, como a entendemos hoje, não foi implementada até 1970, durante a administração do Presidente Republicano Richard Nixon.

A teoria era de que, dada a discriminação histórica, negros estavam em desvantagem competitiva em relação às outras raças e etnias. Para apagar essa desvantagem, os padrões que a maior parte dos negros presumivelmente não conseguia atingir deveriam ser baixados.

Alguém poderia argumentar que essa política tinha alguma utilidade quando foi posta em prática. Mas isso ocorreu há muito tempo. A posição conservadora é a de que os negros, repetidamente, provaram que podem competir com qualquer um, sem os benefícios – benefícios aviltantes, devo dizer – de padrões mais baixos.

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Há incontáveis exemplos do sucesso de negros em todos os campos, em todos os níveis. A política não é mais necessária.
Entretanto, o argumento conservador vai além. Estudos após estudos mostram que, no caso das admissões em Universidades, a Ação Afirmativa, na verdade, atrapalha muitos negros. Ao diminuir os padrões de admissão para negros (e para estudantes de outras minorias), as universidades acabam preparando esses estudantes para o fracasso. Eles são colocados em faculdades para as quais eles não estão preparados. E o índice de desistência dos negros confirma essa posição.

Assim como o bom senso.

Se estudantes brancos com notas medíocres no vestibular fossem admitidos nas principais universidades dos EUA, eles também estariam sendo preparados para o fracasso.

Façamos as contas: Conservadores acreditam que negros e outras minorias são igualmente capazes como os brancos de conseguir sucesso como policiais, bombeiros, homens de negócio, advogados, médicos, políticos e estudantes universitários. Ainda assim, por esta crença, conservadores são chamados de racistas.

A ironia, claro, é que aqueles que acusam os conservadores de serem racistas creem que negros e outras minorias não são tão capazes quanto brancos de serem bem-sucedidos e, portanto, ainda precisam de Ações Afirmativas, quase meio século depois de sua implementação.

Vamos olhar para outro assunto onde este contraste entre conservadores e aqueles que os acusam de serem racistas é ainda mais gravemente esboçado: Carteira de Identidade para votar.

Conservadores dizem que os Estados Unidos deveriam requerer que cada votante apresentasse sua Carteira de Identidade para votar, assim como os países europeus fazem, para ajudar a manter a honestidade nas eleições.

Seriam todas essas democracias racistas? Claro que não.

Ainda assim, os acusadores dizem que conservadores que defendem a apresentação da Carteira de Identidade na eleição são racistas.

Por que eles dizem isso? Porque, argumentam eles, seria um ardil para impedir que negros e minorias votassem, já que muitos deles simplesmente não são capazes de adquirir uma Carteira de Identidade.

Pode-se ser mais condescendente que isso?

Sejamos realistas. Você precisa de uma Carteira de Identidade para dirigir, para voar de avião, para comprar uma cerveja, até mesmo para comprar alguns remédios para gripe. Brancos conseguem, mas negros não? Diga-me, novamente, quem é racista?

Mais um exemplo: foram os conservadores que lutaram pelos vouchers escolares, que permitiram a todos os pais, não apenas os pais ricos, que escolhessem a escola de seus filhos. É o outro lado que não confia nos pais de minorias na escolha da escola apropriada para seus filhos.

Por que não são essas pessoas, que forçam as crianças negras a ficarem em escolas horríveis, os racistas?

Algum dia, talvez você comece a perguntar a si mesmo, como eu fiz: quem é realmente obcecado com raça? E quais políticas públicas realmente trazem malefícios para negros e minorias? Talvez não seja quem você pensa que é.

Eu sou Derryck Green, do Project 21, para a Prager University.

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O dr. Ben Carson ainda não fez o anúncio oficial, o que talvez só aconteça em abril de 2015, mas tudo indica que ele é o primeiro candidato republicano à Presidência dos EUA para as eleições de 2016. A exibição em dezenas de redes de TV do documentário-comercial sobre a sua história de vida “A Breath of Fresh Air: A New Prescription for America” neste domingo, 9 de novembro, foi a sinalização mais forte para a sua candidatura.

Anos atrás, o filme “Mãos talentosas” (“Gifted hands”), com Cuba Gooding Jr. no papel do dr. Carson – e disponível dublado ou com legendas em espanhol no Youtube – , já narrara a história do menino de família negra e pobre, de mãe analfabeta e pior aluno da turma no ensino fundamental, que virou o melhor neurocirurgião pediátrico do mundo, o primeiro médico a separar com sucesso gêmeos siameses unidos pela cabeça. Escrevi a respeito de Carson e do filme no meu artigo de julho de 2013 “O mundo inteiro está cheio de todo mundo“, de modo que não vou me repetir ainda mais a respeito. Arnaldo Jabor é que está, na melhor das hipóteses, um ano e meio atrasado.

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Mia Love, de 38 anos, é a primeira mulher negra do Partido Republicano a entrar para o Congresso. Ex-prefeita da pequena cidade de Saratoga Springs, Love foi eleita deputada por Utah – um estado com menos de 1% de população negra – para enfrentar como David, em suas palavras, “o Golias da nossa dívida, dos gastos fora de controle, do Obamacare, e o Godzilla que nós chamamos o governo federal”.

Ela nasceu em Nova York, de pais católicos que imigraram do Haiti apenas dois anos antes. A família trabalhou duro, economizou dinheiro e acabou se mudando para Connecticut. Após a universidade, Love se converteu ao mormonismo e começou a trabalhar como assistente de vôo, antes de se mudar para Utah. Lá ela conheceu Jason Love, um branco mórmon. O primeiro encontro foi em um campo de tiro e três meses depois eles se casaram. O casal tem duas filhas e um filho.

Segundo Jason, “Mia dirá às pessoas que ela não quer comprar um celular para você. Ela quer fortalecer você para que compre o seu próprio celular por meio do seu próprio trabalho duro, da sua educação e do suporte da sua família.”

É assim que Mia explica a sua escolha partidária: “Sou republicana porque eu acredito em uma América em que nós não nos conformamos com menos do que o melhor. Eu acredito que valores conservadores são os que tiram as pessoas da pobreza. Eu acredito que valores conservadores levam mais prosperidade para o maior número de pessoas.”

Love é contra o aborto e o desarmamento e ainda tem porte legal de arma. “Sou uma espécie de pesadelo para o Partido Democrata. Eles não me querem lá. Mas eu estou chegando.”

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Tim Scott, de 49 anos, é o primeiro senador negro eleito no Sul dos EUA desde 1881, o primeiro pela Carolina do Sul.

Os pais de Scott se separaram quando ele tinha apenas sete anos e ele foi criado pela mãe enfermeira em um bairro pobre da cidade de North Charleston, onde aprendeu a importância da fé e do trabalho duro. Quando era adolescente, teve a sorte de encontrar um mentor forte e conservador chamado John Moniz, que lhe incutiu a noção de que você pode pensar o caminho para sair da pobreza e que a oportunidade de ouro está sempre ao virar da esquina. Scott aprendeu os princípios econômicos, fez carreira como corretor de seguros e virou dono de uma corretora. Sua história é um exemplo concreto do sonho americano e, como senador desde janeiro de 2013, ele lançou sua Agenda de Oportunidades, alegando que o sucesso é criado em apartamentos e garagens, em mesas de cozinha e nas salas de aula de todo o país – e não em salas de conferência do governo em Washington. A agenda tem foco em criação de emprego, escolha de escola e fornecimento a empregadores de créditos fiscais para aumentar a aprendizagem na América.

Scott é evangélico e membro do movimento conservador Tea Party, que apoiou sua candidatura.

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Will Hurd, venceu a disputa no estado do Texas e se tornou o primeiro deputado republicano de descendência afro-americana eleito para o Congresso desde a Reconstrução dos Estados Unidos.

Hurd, considerado “birracial” nos EUA, tem uma mãe branca e um pai negro. Cresceu no subúrbio de San Antonio, onde desce cedo aprendeu o valor do trabalho duro ajudando na empresa de pequeno porte de seus pais que servia a cidade e a maior região sul do estado. Na Texas A & M University, onde se formou em Ciência da Computação, ele era presidente do corpo estudantil e, após a faculdade, passou a trabalhar na CIA, onde por quase 10 anos lidou com as grandes questões de segurança nacional, conduzindo operações das áreas de contraterrorismo e segurança cibernética, além de defender os interesses americanos no Sul da Ásia.

Em disputa eleitoral apertada, Hurd derrotou seu oponente democrata, Pete Gallego, por 49,8% a 47,7%.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

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