Alas pró-impeachment de PMDB, PP e PTB reagem às alas mortadela. Rédea curta!
Aliados de Temer preparam expulsão de deputados que votarem a favor de Dilma

Finalmente, as alas de PMDB, PP e PTB favoráveis ao impeachment de Dilma Rousseff estão reagindo às alas mortadelas de seus partidos, que negociam ministérios, cargos e verbas para votar pela continuidade do governo da pior (suposta) presidente da história do país.
1) O Painel da Folha informa:
“O PMDB prepara a expulsão de todos os deputados que votarem contra o impeachment ou faltarem à sessão que definirá o futuro de Dilma Rousseff.
O fechamento de questão, que será decidido pela Executiva na próxima semana, é planejado como o último grande fato para impulsionar a deposição.
O estatuto permite que o partido obrigue seus deputados a seguir uma posição se houver maioria na Executiva e nas bancadas.
A ala governista promete ao Planalto entregar 25 dos 67 votos.”
Se os 42 restantes são mesmo pró-impeachment, então viva o estatuto!
“A estratégia ainda não é tratada abertamente pelos caciques. A bancada do PMDB tem cerca de dez candidatos a prefeito, que não podem perder a filiação de jeito nenhum, sob pena de não conseguirem concorrer nas eleições de outubro.”
Ótimo! Só o medo de perder a boquinha pode convencer a ala mortadela a fazer o certo para o Brasil.
2) Presidente do PP, Ciro Nogueira deu coletiva na quarta-feira apoiando o governo, mas, nos bastidores, o partido segue conversando com ambos os lados, segundo a repórter Andréia Sadi, da Globonews.
O senador Romero Jucá, que assumiu a presidência do PMDB no lugar de Temer para poupá-lo da “briga de rua”, conversou com Ciro logo após a coletiva.
“Jucá é muito meu amigo”, disse Ciro. “Muito”, completou Jucá – seja lá o que isto vá trazer.
Este blog acrescenta que, dentro do PP, partido de 52 deputados, o líder da ala oposicionista é Jerônimo Goergen, que desafiou o comando partidário a listar os 40 votos governistas que anunciou.
Jerônimo disse ter cerca de 30 votos pró-impeachment e explicou que alguns desses deputados estão “constrangidos”, com “receios de se manifestar”, “porque há uma pressão muito grande” da cúpula governista.
Não é o caso de Paulo Maluf, que anunciou no Facebook que votará a favor do impeachment de Dilma e, acredite se quiser, afirmou ser “contra essas negociatas que o governo está fazendo com deputados”, porque sua “vida pública sempre foi o oposto disso” e ele valoriza a democracia.
O PT está de parabéns: conseguiu enojar até Paulo Maluf.
Jerônimo disse também que a fala de Ciro Nogueira “foi pessoal, não é uma fala em nome da instituição”; e defendeu a convocação da reunião do diretório nacional para decidir o desembarque.
“Nós vamos agora continuar lutando para que o partido saia desse governo” e para mostrar “que o que o Partido Progressista pensa não é o que o comando está posicionando”.
Avante, Jerônimo.
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3) Paulo Maluf não foi o único político de fama histórica pelos escândalos em que se envolveu a levantar a bandeira do impeachment.
Roberto Jefferson, autor da denúncia do mensalão, também deu o ar da graça, uma semana após dizer que Eduardo Cunha “é o bandido de que mais gosto”, porque “foi o adversário mais à altura do Lula”, que “nunca esperou encontrar um bandido da mesma qualidade moral e intelectual que ele”.
Prestes a reassumir o comando do PTB, Jefferson declarou nesta quarta:
“Vou tentar levar senão todos, a maioria a votar a favor do impeachment”.
Ele alegou que Dilma “perdeu as condições de governar” e o governo dela acabou “politicamente e moralmente”.
Em encontro com Temer, Jefferson disse que torce pelo vice-presidente, que, por sua vez, falou da necessidade de unir o Brasil e de acabar com o ‘nós contra eles’, em prol de uma saída para a crise.
Todo apoio nessa hora é bem-vindo.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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