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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".

A reação das moças à abordagem dos rapazes

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 2 dez 2016, 15h58 - Publicado em 9 mar 2014, 16h59

Minha crônica de domingo no chat do Facebook:
 
LΕΙΤΟRΑ: Estava lendo seu texto do Dia da Mulher, vendo os comentários e tal… Ficou uma dúvida. Você realmente acha que dá para conhecer tanto a mulher através do flerte e da reação dela a isso? Não estou desfazendo da hipótese, só fiquei curiosa e queria me autoavaliar. Hahahaha!
 
FMB: Eu não vejo muita diferença entre o homem que puxa cabelo de mulher na noitada e mulher que despreza um homem gentil que lhe dirige a palavra. São duas formas de estupidez – uma mais ativa, outra mais passiva. Se a mulher quer exigir do homem que não seja estúpido, deve aprender a ser gentil com os que são gentis – muitos dos quais, diga-se, estão superando a timidez para falar com ela.
 
LΕΙΤΟRΑ: Concordo totalmente, mas minha dúvida é mais sobre o quanto isso diz da pessoa como um todo. Você não acha que não pode ser algo impulsivo e impensado, apenas? Será que isso realmente diz tanto sobre a personalidade?
 
FMB: É evidente que uma mulher é muito mais do que a própria reação a desconhecidos, mas esta reação é, sim, bastante emblemática e reveladora.
 
LΕΙΤΟRΑ: Eu já fui grossa com caras que deram em cima de mim de forma educada, mas por motivos externos: queria ir embora, o salto estava me apertando, estava brava porque minha amiga ficou com meu ex, etc.
 
FMB: Impulsivos e impensados são atos isolados: todo mundo é estúpido de vez em quando, quase sem querer. Isto é óbvio. O problema é sê-lo com frequência, quase por automatismo.
 
LΕΙΤΟRΑ: Concordo.
 
FMB: De qualquer forma, convém se policiar para não descontar seus problemas nos outros. Por isso é importante ter em mente que se deve, em princípio, ser educada com quem é educado com você, por mais que a educação possa servir de camuflagem a um cafajeste. Sem conceder o benefício da dúvida, ninguém se relaciona.
 
LΕΙΤΟRΑ: Sim, realmente.
 
FMB: Arrogância, esnobismo, vaidade, infantilidade, falta de educação, neurose, histeria – tudo isto está relacionado com o comportamento estúpido de certas mulheres. E esse comportamento é, de certo modo, o oposto do amor ao próximo, seja o próximo um homem ou uma mulher.
 
LΕΙΤΟRΑ: Sim, concordo nisso tudo. Não acho que o amor ao próximo se meça apenas na reação à cantadas, but I get your point, faz parte disso.
 
FMB: Claro. E é preciso desenvolver as habilidades sociais no trato com estranhos, o que envolve a prática também.
 
LΕΙΤΟRΑ: Mas minha dúvida permanece: o flerte, apenas, é suficiente para medir uma mulher e sua personalidade?
 
FMB: Não falei só do flerte. Falei de qualquer abordagem. E é claro que a reação boa ou ruim não é suficiente para medir uma mulher e sua personalidade como um todo, mas são indicativos relevantes para o nível de maturidade, educação, desenvoltura etc. Eu escrevi que uma menina vira “um tantinho de mulher” quando aprende a lidar com desconhecidos. Não vira Mulher com M maiúsculo só por isso, embora eu até pudesse dizer tal coisa como um exagero cômico. Mas esse tipo de atitude é um sintoma inegável do crescimento, guardada a devida distinção entre a falta de habilidade para lidar com as abordagens e a falta de educação propriamente dita. Agora: se uma mulher não se deixa conhecer, o homem não tem como saber do resto.
 
LΕΙΤΟRΑ: Hum… Entendi. É, concordo com isso.
 
FMB: Reagir mal, da maneira específica à qual me refiro, é geralmente coisa de mulher besta. E mulher besta é, por definição, imatura. Por fim: de nada vale ser uma boa pessoa em tese ou na profundidade da intimidade, e não na prática diária das relações humanas, das quais muitas vezes se pode tirar uma boa amizade, inclusive, sem contar novos conhecimentos. As mulheres não vivem dizendo que o que contam são as atitudes? Pois então…
 
LΕΙΤΟRΑ: Na verdade, concordo com tudo que escreveu, fiquei mais curiosa é para saber como é o “radar masculino” a respeito disso, já que você comenta isso de forma recorrente. Hahahaha!
 
FMB: O radar masculino, em geral, diz que mulher assim é besta, metida, sebosa, estúpida, infantil… dá preguiça! O homem maduro, no caso do flerte, agradece pelo “senso prático” dela e parte para a próxima, é verdade. Mas não sem pensar: “Que idiota!”, ou seja: o mesmo que qualquer mulher educada pensa de quem lhe puxa o cabelo ou pega pelo braço. Normalmente os homens que ficam atrás de mulheres bestas são eles próprios os imaturos. Daí que, se as mulheres querem homens maduros, melhor elas serem receptivas. Algumas o serão apenas com os homens que lhe interessam, é claro, mas a habilidade de dispensar os outros com alguma educação, quando possível, torna uma mulher ainda mais admirável. É mais fácil ser ou bancar a estúpida do que se educar e desenvolver essa habilidade. Acho que as mulheres deveriam ter isso como um desafio para si, assim como os homens devem ter o de ser o mais gentil que puderem. Em ambos os casos, sem perder a leveza, a graça e a sensualidade. Colocar todos os homens no mesmo saco é coisa de feminista radical, não de uma grande mulher.
 
LΕΙΤΟRΑ: Entendo.
 
FMB: É compreensível que uma mulher muito atraente, assediada a cada segundo, não tenha a mesma paciência para lidar com abordagens em geral do que uma outra qualquer. Mas há soluções criativas para além da receptividade total e da estupidez absoluta. Convém buscá-las, na medida do possível. Em festinhas, dizer uma banalidade como “só quero ficar com as minhas amigas hoje, mas prazer!” já é melhor e mais civilizado do que virar a cara, por exemplo. E que fique claro: em nenhum momento eu disse que a mulher deve ser gentil com idiotas pegajosos, que dirá idiotas insistentes. Ser “estúpida”, nesses casos, pode ser até educativo.
 
LΕΙΤΟRΑ: Ei, deixa eu te contar uma coisa sobre esse assunto!
 
FMB: Deixo.
 
LΕΙΤΟRΑ: Na primeira festinha que eu fui, era uma matinê para adolescentes (olha o nível). Hahahaha! Eu nunca tinha beijado, tinha 13 anos. E vários meninos pediram para “ficar comigo”, e eu respondia de forma nada gentil. Quando meu pai foi me buscar – às 11h da noite, fim da baladinha – ele perguntou se eu tinha “feito sucesso e me comportado”. Eu disse orgulhosa: sim, 15 meninos pediram para ficar comigo, xinguei todos eles. Meu pai disse: “Por quê, minha filha? Não precisava fazer nada, mas xingar?”
 
FMB: Bom pai.
 
LΕΙΤΟRΑ: Aquilo me chateou. Eu não entendi na hora, pois achei que ele ia ficar orgulhoso. Depois refleti, até que entendi, e nunca mais fiz. Quando vi seu post, eu lembrei disso, mas fiquei com receio de contar. Ah, “nunca mais” talvez seja exagero. Eu já fui mal-educada quando alguém me abordou, mas ao menos xingar eu não xinguei mais. Hahaha!
 
FMB: Muitas mulheres talvez estejam inconscientemente seguindo, de fato, aquilo que pensam que seus pais esperam delas – ou que declaradamente esperam mesmo – quando xingam ou são grossas com os homens. Que bom que o seu teve a chance de esclarecer que não é isso que ele espera. E que bom que você entendeu o recado. É uma bela história que ilustra bem o que escrevi. Posso publicar toda essa conversa trocando o seu nome por LEITORA?
 
LΕΙΤΟRΑ: Hahahahahaha! Não sei… Acha que seria interessante?
 
FMB: Acho. É o cotidiano de muita gente.
 
LΕΙΤΟRΑ: Hum… Ok, então.
 
FMB: Boa, mocinha.
 
Felipe Moura Brasil – https://www.veja.com/felipemourabrasil
 
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