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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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“Vocês não são pró-direitos humanos, vocês são apenas anti-Israel” – A sessão da ONU em que Hillel Neuer detona os falsos humanistas do mundo, apesar de tentarem calá-lo

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 03h24 - Publicado em 27 jul 2014, 19h31

O número baixo de israelenses mortos no atual conflito do Oriente Médio faz parecer a qualquer idiota ludibriado pela imprensa esquerdista que Israel não sofre – ou pelo menos não tanto assim – com os ataques do Hamas e, portanto, para defender e garantir a segurança de seu povo, não precisa reagir, eliminar terroristas, destruir armamentos e enfrentar as duras decisões inerentes a qualquer guerra. Acontece que, em primeiro lugar, não morrem tantos israelenes porque Israel protege seus civis em vez de usá-los de escudos humanos como faz o Hamas. E, em segundo, não é porque não morrem tantos israelenses que eles não sofrem com os ataques do inimigo. Mas Israel teria de deixar seu povo morrer para que lhe dessem alguma razão, sabe como é…

Em sessão da ONU da última quarta-feira, 23 de julho, durante a qual a alta comissária para direitos humanos, Navi Pillay, disse que as ações de Israel podiam configurar “crimes de guerra”, sendo em seguida cinicamente endossada pelos representantes de ditaduras onde os direitos humanos são sistematicamente violados, o diretor da ONG UN Watch, Hillel Neuer, começou seu impecável discurso descrevendo o desespero da população, inclusive dele próprio, ao buscar abrigo em meio à chuva de foguetes disparados pelo Hamas; e acabou detonando aqueles que se calam diante das atrocidades de outros países, inclusive contra os palestinos, mas não perdem a chance de condenar Israel pelas reações aos ataques terroristas.

O vídeo da sessão (original aqui) já foi legendado pelo leitor Renato Grun, mas transcrevo abaixo dele o conteúdo completo, com a devida revisão. É mais uma aula obrigatória de grandeza moral em meio ao cinismo dominante entre os aliados do governo Dilma.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=A1L5LzQmGzU?wmode=transparent&fs=1&hl=en&modestbranding=1&iv_load_policy=3&showsearch=0&rel=1&theme=dark&w=620&h=349%5D

Alta comissária da ONU para direitos humanos, Navi Pillay: “As ações de Israel podem configurar ‘crimes de guerra’.”

Relações Exteriores da PALESTINA: “Seguiremos resistindo a ocupação por todos os meios”.

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IRÃ: “Israel agrava a situação, comete crimes de guerra, limpeza étnica e terror de Estado.”

ARGÉLIA: “Os massacres e genocídios que estão sendo realizados.”

VENEZUELA: “Israel está querendo exterminar o povo palestino.”

SÍRIA: “Israel tem uma mentalidade racista e criminosa.”

SUDÃO: “O massacre e o genocídio continuam sendo realizados por Israel.”

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Palavra cedida ao diretor da ONG UN Watch, o observador da ONU Hillel Neuer:

Sr. Presidente, acabo de voltar de visita a Israel para relatar a essa Assembleia e ao mundo sobre a grave situação que presenciei e experimentei. Uma nação inteira – povoados, vilas e cidades –, desde o deserto de Negev até a Galileia, da Judeia e das colinas de Jerusalém até o mar de Tel Aviv, tem estado sob ataque brutal e implacável de mais de dois mil morteiros, foguetes e mísseis de longo alcance, disparados de Gaza em direção a civis em todas as partes da Terra Santa. Nunca antes, na história de sete décadas de existência de Israel, seus homens, mulheres e crianças estiveram sob um ataque aéreo tão grande, obrigando-os, ao som de sirenes de ataque aéreo dia e noite, a correr para um abrigo. E nunca, na história moderna das nações, uma sociedade livre e democrática, viveu sob tal bombardeamento de uma organização terrorista, que se esforça abertamente e celebra o assassinato de civis, e que, como sua visão de mundo, glorifica a morte. Será que o mundo alguma vez imaginou que a antiga cidade de Jerusalém, sagrada para o judaísmo, o cristianismo e o Islã, e repleta de lugares sagrados, que são reconhecidos pelas Nações Unidas como locais de patrimônio histórico da humanidade, seriam deliberadamente alvejados por foguetes indiscriminadamente? Mas assim é. Durante um ataque aéreo em Jerusalém, eu corri até o porão de um edifício com crianças chorando traumatizadas. Durante um ataque aéreo em Tel Aviv, os vizinhos de um prédio de apartamentos mostraram grande força de espírito em desafio ao terrorismo chegando a abrigar estranhos, enquanto ouvíamos os estrondos dos foguetes acima. E assim como eu estava no meu avião, prestes a partir e voltar aqui para Genebra, a sirene soou em torno do aeroporto e tivemos que correr para fora do avião para procurar abrigo. Vocês ouviram as notícias hoje: as companhias aéreas internacionais estão agora deixando de voar para Israel por causa deste perigo. Eu acredito que o mundo deveria saudar esta nação aterrorizada, sitiada e aguerrida, que se recusou a se render à desmoralização, ao mostrar coragem, determinação e força de espírito para sobreviver e resistir a esta agressão maciça.

Sr. Presidente, volto-me agora para a resolução sobre a qual este Conselho em breve irá votar. O texto denuncia Israel, nega seu direito à defesa, e desconsidera os crimes de guerra do Hamas. Perguntamos: por que este Conselho se recusa a dizer o que foi dito há suas semanas pelo próprio embaixador palestino?

Em um momento extraordinário de sinceridade, o embaixador palestino Ibrahim Khraishi admitiu na TV Palestina em 9 de julho que “todo e cada míssil palestino lançado contra civis israelenses constitui um crime contra a humanidade”. E que, por outro lado, as ações de resposta de Israel em Gaza “seguem procedimentos legais”, porque, como o porta-voz do Hamas admitiu na TV, “israelenses os advertem para evacuar suas casas antes do bombardeio”, disse ele, porém “os mísseis lançados de nosso lado, nunca avisamos sobre onde esses mísseis vão cair ou sobre as operações que realizamos”. Como pode qualquer entidade da ONU ou indivíduo atuar pelos direitos humanos se eles se recusam a dizer aquilo que foi dito pelo próprio embaixador palestino? É possível que o verdadeiro propósito desta sessão seja silenciar as verdadeiras vítimas e vozes de direitos humanos ao redor do mundo, desviando a atenção dos piores abusos? Pedimos a todos aqueles que abraçam hipocrisia e duplos padrões:

Hilel Neuer 15 julho 2014

O trecho completo, sem as interrupções, em que Hillel detona o duplo padrão moral dos falsos humanistas

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Se no ano passado vocês não se manifestaram quando milhares de manifestantes foram mortos e feridos por Turquia, Egito e Líbia; quando mais do que nunca pessoas foram enforcadas pelo Irã; mulheres e crianças no Afeganistão foram bombardeadas; comunidades inteiras foram massacradas no Sudão do Sul; centenas no Paquistão foram mortas por ataques terroristas de jihadistas; 10.000 iraquianos foram executados por terroristas…

INTERRUPÇÃO PELO EGITO.

(Existe uma questão de ordem feita pelo Egito.)

EGITO TENTA SILENCIAR O OBSERVADOR DA ONU: “Eu não vejo que tenhamos razão para discutir outras questões referentes a situações de direitos humanos em outros países”.

EUA DEFENDE O DIREITO DE FALAR DO OBSERVADOR DA ONU: “… o sr. deveria permitir que a ONG continue a falar.”

IRÃ TENTA SILENCIAR OBSERVADOR DA ONU: “Minha delegação gostaria de apoiar inteiramente a questão de ordem feita pela distinta delegação do Egito. Obrigado.”

CANADÁ DEFENDE O DIREITO DE FALAR DO OBSERVADOR DA ONU: “Nós solicitamos que o sr. completasse sua intervenção.”

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ISRAEL DEFENDE O DIREITO DE FALAR DO OBSERVADOR DA ONU: “Nós pedimos para que o sr. permita que a ONG continue sua declaração.”

VENEZUELA TENTA SILENCIAR OBSERVADOR DA ONU: “Nós gostaríamos de apoiar a questão de ordem feita pelo Egito.”

PALESTINA TENTA SILENCIAR O BSERVADOR DA ONU: “O palestrante seguirá na mesma linha se não for impedido.”

CUBA TENTA SILENCIAR O OBSERVADOR DA ONU: “É inconcebível que esta organização, uma ONG tenha permissão de vir neste Conselho e distrair-nos com o pouco tempo que temos para debater uma questão de importância tão crucial como o genocídio cometido presentemente contra o povo palestino.”

VOLTA A PALAVRA AO OBSERVADOR DA ONU:

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Obrigado, sr. Presidente. Vou apenas observar que houve algumas questões quanto à entrevista do embaixador palestino na TV palestina ser verdadeira ou não, mas vemos que o embaixador palestino acabou de intervir e não foi capaz de negar essas observações. Deixe constar isso no registro. Por fim, perguntamos:

…se vocês se recusam a falar pelos 1800 palestinos, se não mais, que morreram de fome, assassinados por Assad na Síria, e só se manifestam quando Israel pode ser culpado, então vocês não são pró-direitos humanos, vocês são apenas anti-Israel.

INTERRUPÇÃO FEITA PELA SÍRIA:

(Síria tem o direito de falar, por favor.)

Sr. Presidente, estamos acostumados a ouvir esta organização não governamental criar divisões entre os oradores e falando fora de hora, eu espero que o orador não tenha mais permissão de prosseguir com sua declaração. Obrigado.

VOLTA A PALAVRA AO OBSERVADOR DA ONU:

Obrigado sr. Presidente. Deixe o mundo saber que, numa sessão supostamente sobre direitos humanos palestinos, o governo da Síria se opôs a mencionarmos os seus 1800 palestinos que passaram fome e foram assassinados.

Felipe Moura Brasil – https://www.veja.com/felipemourabrasil

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