‘SANGUE NAS MÃOS’ DA ESQUERDA: Homem negro mata dois policiais em retaliação às mortes de Michael Brown e Eric Garner. Colegas de farda viram as costas para prefeito esquerdista de Nova York. Filho de vítima lamenta: ‘É horrível que alguém seja baleado só por ser um policial’

Traduzo os dois posts no Facebook do menino Jaden Ramos, de 13 anos, filho do policial Rafael Ramos, de Nova York:
“Hoje é o pior dia da Minha vida.”
“Hoje eu tive de dizer adeus ao meu pai. Ele estava lá para mim todos os dias da minha vida, ele foi o melhor pai que eu poderia desejar. É horrível que alguém seja baleado simplesmente por ser um oficial de polícia. Todos dizem que odeiam os tiras mas eles são as pessoas às quais todos pedem socorro quando precisam. Eu vou sempre amar você e eu nunca vou esquecer você. RIP Papai.”
O pai de Jaden foi morto a tiros junto com seu parceiro Wenjian Liu na tarde de sábado por um homem negro que atacou o carro de patrulha em que se encontravam, no bairro do Brooklyn. “Eles foram simplesmente assassinados, tomados como alvo porque estavam de uniforme”, afirmou à noite o comissário de polícia William Bratton durante coletiva de imprensa no Woodhull Medical Center.
O atirador Ismaaiyl Brinsley, de 28 anos, 15 vezes preso na Geórgia e 4 em Ohio por crimes variados, caminhou até a janela do lado do passageiro e disparou contra as vítimas, que morreram depois no hospital. Os policiais não atiraram de volta, segundo Bratton.
Brinsley foi perseguido por outros policiais até a plataforma de uma estação de metrô das proximidades, onde cometeu suicídio. Melhor assim, aliás. Se a polícia o tivesse matado em eventual confronto, os militantes teriam um novo slogan anti-policial para gritar nas ruas e uma nova hashtag para espalhar pela internet.
Horas antes de matar Ramos e Liu, Brinsley havia baleado na cidade de Baltimore sua ex-namorada Shaneka Nicole Thompson, de 29 anos, que sobreviveu ao ferimento. Em seguida, ele tomou o celular de Shaneka, dirigiu-se a Nova York, sua cidade natal, e no caminho usou o aplicativo Instagram do celular da ex para postar a foto de uma pistola e uma mensagem que anunciava sua intenção de matar policiais (“porcos”, na gíria depreciativa) em retaliação pelos casos dos negros Eric Garner (aqui) e Michael Brown (aqui e aqui), ambos esmiuçados neste blog.
“Estou colocando asas nos porcos hoje. Eles levam um dos nossos… Vamos levar dois dos deles #AtireNaPolícia #RIPEricGarner #RIPMikeBrown Este pode ser meu último post […] Estou colocando os porcos na panqueca”.
Dito e feito. Segundo o Daily Beast, muitas pessoas ainda aplaudiram e riram da cena do crime, algumas dizendo “Eles mereceram”; e outras gritaram perto do hospital “Fodam-se os policiais”.
Pois bem. Eu havia criticado aqui a exploração esquerdista dos casos Brown e Garner feita pela mídia, por militantes raciais como Al Sharpton, pelo presidente Barack Obama e pelo prefeito de Nova York, Bill de Blasio, também do Partido Democrata (exploração traduzida sem filtro pela imprensa brasileira, que agora, justamente agora que o dado é relevante na notícia, omite das manchetes a cor do atirador, pois, como queríamos demonstrar, negros só morrem no jornalismo, não matam. E a propósito: só morrem se são civis, já que policiais negros assassinados não têm cor nas manchetes).
Obama falara da “preocupação por parte de muitas comunidades minoritárias de que a aplicação da lei não está funcionando com eles de forma justa“, o que só fez colocar mais lenha na fogueira, como é hábito do presidente desde o caso Trayvon Martin, quando afirmou que ele próprio poderia ter sido Trayvon.
Blasio fora mais além: chegara ao cúmulo de pedir “ação”, sugerindo que a morte de Garner – um vendedor de cigarros sem impostos que resistiu à prisão – representou a culminação de “séculos de racismo“, e não de anos de política esquerdista de coleta policial de impostos. Além disso, o prefeito contara ter advertido seu filho – que é mulato – sobre a necessidade de ter cuidados redobrados em eventual contato com policiais. Quer dizer: jogou da maneira mais cínica toda a responsabilidade nas costas dos seus próprios agentes da lei.
Agora a “ação” está aí. Ela veio com dois cadáveres de brinde, e os policiais de Nova York atribuem a responsabilidade moral da tragédia a Blasio.
“Há sangue em muitas mãos nesta noite. Aqueles que incitaram a violência na rua, sob o pretexto de protestos; que tentaram destruir o que os policiais de Nova York faziam todos os dias. Nós tentamos avisar, isto não pode continuar, isto não pode ser tolerado. Esse sangue nas mãos começa na escadaria da Câmara Municipal, no escritório do prefeito”, disse o presidente da Associação Benevolente dos Patrulheiros, Patrick Lynch.
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Um vídeo feito pelo celular mostra uma fila de policiais, incluindo Lynch, dando as costas a Blasio quando ele foi ao hospital para onde haviam sido levados Ramos e Liu.
“É lamentável que, em um momento de grande tragédia, alguns recorram à retórica irresponsável e superaquecida que irrita e divide as pessoas“, reagiu o porta-voz de Blasio, Marti Adams, após a intervenção dos policiais. É o enésimo exemplo de aplicação da recomendação atribuída a Lenin: “Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz.” Os policiais, afinal, estavam protestando justamente contra a retórica irresponsável do prefeito no momento da morte de Garner.
Em comunicado, o presidente da Associação de Sargentos de Nova York, Edward Mullins, também disse que Blasio tem “sangue em suas mãos”.
O ex-comissário da NYPD, Bernie Kerik, não ficou atrás: disse na Fox News que “o prefeito De Blasio, [Al] Sharpton e outros como eles realmente têm sangue em suas mãos. Eles encorajaram esse comportamento. Eles encorajaram esses ditos protestos ‘pacíficos’ em que há pessoas nas ruas dizendo ‘Matem os policiais’. Espero que eles estejam felizes. Eles tiveram o que queriam.”
Para quem não acredita que havia mesmo pessoas nas ruas pedindo a morte de policiais, trago o excelente vídeo de Ami Horowitz – legendado a meu pedido – em que ele fala com manifestantes negros nas ruas de Ferguson sobre o caso de Michael Brown, morto pelo policial Darren Wilson. Guga Noblat, aliás, deveria tomar umas aulinhas com Ami.
Racismo pouco é bobagem, não é mesmo? Mas voltemos ao caso mais recente.
A responsabilidade direta pela morte de Ramos e Liu obviamente é do atirador, mas, perturbado o quanto ele fosse, não dá para ignorar que encontrou na narrativa embusteira da esquerda uma justificativa para o seu desejo de matar ou uma oportunidade para fazer algo drástico que o tornasse supostamente especial após uma vida fracassada. E é justamente por conta da existência de candidatos a mártir como Brinsley que se torna perigoso insuflar o ódio contra grupos humanos como o de oficiais de polícia.
No Brasil, como mostrei aqui, a esquerda foi moralmente responsável pela morte do cinegrafista da Band, Santiago Andrade, ferido por um rojão destinado aos policiais. Nos EUA, a esquerda o é pelas mortes dos policiais Ramos e Liu. Um establishment político que protege criminosos e mente sobre a polícia sempre terá sangue nas mãos.
“Nesta noite, eu peço às pessoas que rejeitem a violência e palavras que ferem, e as transformem em palavras que curam: orações, diálogos e solidariedade com família e amigos daqueles que morreram”, disse Obama no sábado, como se ele e seu procurador-geral, Eric Holder, não tivessem contribuído para o aumento das hostilidades.
É curioso como depois que inocentes são mortos, os políticos esquerdistas que insuflaram a violência prontamente a condenam, enquanto os militantes a legitimam nas ruas e na internet, ignorando as peculiaridades dos casos polêmicos e as estatísticas reais de criminalidade. Mas é assim mesmo.
Não há cadáver que cure o cinismo dessa gente.
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Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
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