Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês
Imagem Blog

Em Cartaz

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Do cinema ao streaming, um blog com estreias, notícias e dicas de filmes que valem o ingresso – e alertas sobre os que não valem nem uma pipoca
Continua após publicidade

Tim Burton fala a VEJA: “Recebi muitos nãos na vida”

Dono de uma estética sombria e peculiar, o cineasta amplia sua presença nas artes plásticas com mostra imersiva no Brasil e um mural em prédio de São Paulo

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 12h10 - Publicado em 29 abr 2022, 06h00
INSPIRAÇÃO - Burton e seu cãozinho, Levi: animais viram criaturas em sua obra -
INSPIRAÇÃO - Burton e seu cãozinho, Levi: animais viram criaturas em sua obra – (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

Aos 18 anos, Tim Burton enviou ao setor de publicações da Disney seu primeiro livro infantil. Escrito e ilustrado por ele, O Gigante Zlig narrava a história de um monstro azul com zero tino social. Pouco depois, o rapaz recebeu uma carta educada da editora com um feedback. Apesar de uns “errinhos gramaticais” e da falta de “materiais adequados para uma ilustração profissional”, o livro era divertido e o jovem autor tinha potencial. “Continue assim e boa sorte”, dizia a resposta, negando a publicação. Em entrevista a VEJA, Burton ri ao se lembrar do episódio: “Se tivesse sido só essa rejeição… Recebi muitos ‘nãos’ na vida”. Simpático e tímido à maneira de um personagem saído de sua obra, ele explicou a razão de ter persistido: “Eu não estava em busca de sucesso. Minha motivação era fazer o que eu amava. Se algo positivo viesse disso, seria lucro”. Os louros da insistência vieram: hoje, aos 63 anos, Burton é uma grife incontornável de Hollywood.

O estranho mundo de Tim Burton

Dono de uma estética peculiar, moldada em filmes como Os Fantasmas Se Divertem e Edward Mãos de Tesoura, o diretor, ilustrador e roteirista com o tempo expandiu suas aptidões para outros campos. Logo notou uma queda pelas artes plásticas — seja em exibições de museus, seja no cenário urbano. Curiosamente, o Brasil se revelou um ambiente propício para suas experimentações. Em 2016, o americano foi tema de uma exposição no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, que arrebanhou 213 000 visitantes. A relação com a cidade se estreitou em dezembro passado, quando ele fez sua estreia na arte de rua elegendo um edifício no caótico centro da capital paulista como tela: o desenho de um robô lutando com um monstro assinado pelo cineasta foi grafitado pela brasileira Luna Buschinelli. “A energia artística de São Paulo me atrai”, diz Burton.

VIAGENS - Acima, detalhe da mostra; à dir., tela de Burton: mergulho na mente do diretor -
VIAGENS - Acima, detalhe da mostra; à dir., tela de Burton: mergulho na mente do diretor – (@artedetimburton/instagram;/Divulgação)

O Estranho Mundo de Jack

O mural é um aperitivo da mostra A Beleza Sombria dos Monstros, que abre na Oca, no Parque Ibirapuera, no domingo 8. A exposição de dimensões generosas — serão 2 600 metros quadrados divididos em catorze salas — adapta de forma imersiva o livro A Arte de Tim Burton. A publicação de 2009 reúne um amplo acervo do artista, com desenhos e conceitos visuais que unem o sombrio e o melancólico a uma fofura pueril cativante — estética que ganhou até nome em homenagem a ele: o “burtonesque”. Criação originalmente brasileira, a exposição alia esse universo a recursos tecnológicos como cinema 3D, teatro de sombras e realidade virtual. “O público não quer mais só contemplar uma obra, ele quer entrar dentro dela”, conta Leo Rea Lé, codiretor do projeto, que teve uma temporada no CCBB em Brasília e está em negociações para uma montagem no Rio de Janeiro. A produção ainda exportou parte de sua concepção para mostras internacionais — uma em Las Vegas, nos Estados Unidos, e outra em Seul, na Coreia do Sul.

STREET ART - Mural em São Paulo: desenho do cineasta adorna prédio -
STREET ART - Mural em São Paulo: desenho do cineasta adorna prédio – (@artedetimburton/Instagram)

O triste fim do pequeno Menino Ostra e outras histórias

Continua após a publicidade

Fã de filmes de terror e inspirado pelo jogo de luz e sombras do expressionismo alemão, Tim Burton cresceu como um estranho gótico no ninho da ensolarada Burbank, na Califórnia. Seu passeio favorito era visitar o cemitério, mas alimentava o desejo de um dia trabalhar na Disney, no estúdio de animação próximo de sua casa. Quando perguntava o caminho para conseguir uma vaga ali, ouvia conselhos sobre a importância de estudar bastante. “Mas eu odiava a escola”, entrega. Eventualmente, conseguiu um estágio na Disney e uma bolsa para estudar no renomado instituto de arte da Califórnia, o CalArts, berço dos animadores que fizeram uma revolução no setor com a Pixar, nos anos 1990. Oposto à graciosidade óbvia da casa do Mickey, o traço de Burton causava desconfiança. Com um pé atrás, a Disney bancou a animação O Estranho Mundo de Jack, de 1993, sob outro selo do estúdio, o Touchstone. O filme foi um estrondo. “Depois da rejeição, o sucesso veio. O importante é seguir sua paixão”, diz Burton. Os estranhos também triunfam. Publicado em VEJA de 4 de maio de 2022, edição nº 2787

CLIQUE NAS IMAGENS ABAIXO PARA COMPRAR

O estranho mundo de Tim Burton O estranho mundo de Tim Burton
O Estranho Mundo de Jack O Estranho Mundo de Jack
O triste fim do pequeno Menino Ostra e outras histórias O triste fim do pequeno Menino Ostra e outras histórias

*A Editora Abril tem uma parceria com a Amazon, em que recebe uma porcentagem das vendas feitas por meio de seus sites. Isso não altera, de forma alguma, a avaliação realizada pela VEJA sobre os produtos ou serviços em questão, os quais os preços e estoque referem-se ao momento da publicação deste conteúdo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.