Em Cartaz

Por Raquel Carneiro

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Cultura

‘The Guardian’ aposta na vitória de ‘O Agente Secreto’ em Cannes

Filme brasileiro estrelado por Wagner Moura é forte concorrente pela Palma de Ouro

Por Kelly Miyashiro SEGUIR SEGUINDO 23 Maio 2025, 19h06

Wagner Moura no filme 'O Agente Secreto' (//Divulgação)

O crítico Peter Bradshaw, do The Guardian, está apostando na vitória do filme brasileiro O Agente Secreto no Festival de Cannes 2025. O resultado da premiação será revelado neste sábado, 24, e o longa dirigido por Kleber Mendonça Filho pode levar a Palma de Ouro, o maior troféu do evento.

“Esta foi uma competição em Cannes cujos grandes filmes eram sobre crueldade e tirania política. Um Simples Acidente, de Jafar Panahi, foi sobre um evento fortuito que desenterrou memórias horripilantes no Irã. O glorioso, extenso e enigmático filme brasileiro de Kleber Mendonça Filho, O Agente Secreto, foi sobre a ditadura dos anos 1970 – curiosamente, ambos os filmes mostravam funcionários subalternos aceitando propina. Os policiais miseráveis de Filho são comprados com alguns cigarros – os seguranças corruptos de Panahi carregam um leitor de cartão de débito para poderem aceitar pagamentos por aproximação”, destacou o jornalista.

Em suas previsões, Bradshaw apostou em O Agente Secreto como vencedor da Palma de Ouro e na atriz Tânia Maria como vencedora do prêmio de melhor coadjuvante feminina pelo filme de Kleber Mendonça Filho.

Caso O Agente Secreto conquiste a Palma de Ouro, será a primeira vitória do Brasil em Cannes em mais de 60 anos. A primeira — e até agora única — consagração do país no evento foi em 1962, quando O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte levou a honraria para casa. Disponível nos streamings Globoplay e Telecine, o drama é baseado na peça homônima de Dias Gomes e retrata o calvário de Zé (Leonardo Villar). Afligido pela saúde decadente do burro que é também seu melhor amigo, Nicolau, o pequeno agricultor baiano faz uma promessa a uma mãe de santo: caso o animal seja curado, ele dividirá a terra que tem com os mais pobres e carregará uma cruz até a Igreja de Santa Bárbara, em Salvador. O longa brasileiro desbancou mestres como Sidney Lumet, Robert Bresson, Luis Buñuel e Agnès Varda. No júri, estavam outras lendas do cinema como François Truffaut.