Os bons presságios (e um medo) de ter Denis Villeneuve como diretor de 007
Cineasta de ‘Duna’ e ‘Blade Runner 2049’ será responsável por reiniciar a franquia com novo James Bond

Ainda não se sabe qual ator vai assumir o papel de James Bond no cinema, mas um anúncio feito pelos produtores da saga surpreendeu os fãs do famoso espião: o cineasta canadense Denis Villeneuve foi escolhido para dirigir o próximo filme do 007. No comunicado oficial, ele agradece a oportunidade. “Minhas primeiras memórias relacionadas ao cinema estão conectadas com o 007. Cresci assistindo aos filmes de James Bond com meu pai, desde 007 contra o Satânico Dr. No, com Sean Connery. Sou um grande fã de Bond. Para mim, esse é um terreno sagrado”, escreveu o cineasta. “Pretendo honrar essa tradição e abrir um caminho para muitas missões por vir. Essa é uma responsabilidade enorme, mas também uma grande honra.” Ao fim do texto, ele agradece a Amazon MGM Studios pela confiança.
A nova etapa da série de filmes não só marca a entrada do diretor e de um novo ator, que vai substituir o ótimo Daniel Craig, como também é a primeira sob o guarda-chuva da Amazon, que adquiriu o estúdio MGM e seu catálogo, do qual fazia parte o espião inglês.
Ao eleger Villeneuve, a Amazon já manda o recado de que está empenhada em dar à franquia novos ares e nomes com status de grife nos bastidores. Indicado quatros vezes ao Oscar, o cineasta é um dos mais respeitados no meio, assinando produções cultuadas, como Os Suspeitos (2013) e A Chegada (2016) — títulos que lhe abriram caminho para as grandes superproduções Blade Runner 2049 (2017) e as duas recentes adaptações do livro clássico Duna, lançadas em 2021 e 2024.

Villeneuve já provou ter tino e bagagem para cenas de ação — em Sicário: Terra de Ninguém, de 2015, ele cria um clima intenso de perseguição e suspense ao entrar no universo do narcotráfico. Sua obra como um todo mostra também uma forte sensibilidade para criar dramas envolventes. Um receio, porém, paira sobre a escolha de Villeneuve: respeitado no meio cult, ele é mestre em fazer cenas introspectivas e filosóficas, o que, para muitos, acaba caindo no campo do enfadonho. Uma coisa é certa: a ansiedade para ver um novo James Bond nas telas só aumentou.