Onde assistir ‘Cidade dos Sonhos’, de David Lynch, em versão restaurada
Confira os cinemas que terão pré-estreia do longa clássico que agora ganha versão em 4K

Um dos títulos incontornáveis da obra de David Lynch, Cidade dos Sonhos voltará aos cinemas na próxima semana em cópias restauradas e em resolução 4K. Na trama estrelada por Naomi Watts, uma jovem aspirante a atriz vai a Hollywood em busca de seus conhos, mas acaba enrolada em um thriller policial intrincado e de tons surreais. A remasterização digital promete, além de uma maior clareza das imagens, uma mixagem sonora aprimorada, parte essencial da experiência de um filme do cineasta, que tinha um senso apurado para criar tramas fortemente conectadas com a trilha sonora.
Neste sábado, 12 de abril, o filme ganha pré-estreia especial em catorze cidades brasileiras. Confira quais são essas salas:
Cine Vitória (SE) – Aracaju
Cine Líbero Luxardo (PA) – Belém
Minas Tênis Clube (MG) – Belo Horizonte
Una Belas Artes (MG) – Belo Horizonte
Cine Brasília (DF) – Brasília
Cinesystem Brasília (DF) – Brasília
Cinema do Dragão (CE) – Fortaleza
Cine Arte Pajuçara (AL) – Maceió
Cine Casarão (AM) – Manaus
Cine UFF (RJ) – Niterói
Cinemateca Paulo Amorim (RS) – Porto Alegre
Cinema da Fundação (Derby) (PE) – Recife
Cinesystem Botafogo (RJ) – Rio de Janeiro
Glauber Rocha (BA) – Salvador
SaladeArte (Museu) (BA) – Salvador
Cinesala (SP) – São Paulo
Cinesystem Frei Caneca (SP) – São Paulo
Reag Belas Artes (SP) – São Paulo
Espaço Petrobras de Cinema (SP) – São Paulo
Cine Metrópolis (ES) – Vitória
David Lynch, o cineasta que amava o surreal
Quatro vezes indicado ao Oscar, David Lynch teceu uma obra considerada impenetrável, com toques de suspense, fantasia e surrealismo, indo do terror ao universo profundo da psicologia. Ele assinou títulos aclamados como Veludo Azul e Cidade dos Sonhos, e a série pop Twin Peaks. O diretor americano morreu em janeiro deste ano, após anos lidando com um quadro grave de enfisema pulmonar.
Lynch despontou como cineasta independente ao lançar o longa-metragem Eraserhead, em 1977, sobre um pai e seu filho deformado, no qual inaugurou o estilo onírico, alinear e impenetrável que se tornou sua assinatura, apelidada de “lynchiano”. Como se fosse um pesadelo, o filme segue uma pequena família incomum de um homem que tem um filho com uma deformação. Em 1980, ele lançou O Homem Elefante, que o alçou à fama mundial e narrava a história de um indivíduo que sofria de uma condição chamada neurofibromatose. As décadas de 1980 e 1990 foram as mais prolíficas para ele, que conquistou premiações internacionais e se tornou um queridinho em Hollywood — apesar da obra sombria, David Lynch carregava a fama de ser um homem afável e amigável.
Seu último trabalho de fôlego foi Twin Peaks: O Retorno, de 2017. Ao longo das duas últimas décadas, ele se dedicou principalmente a vídeos curtos e pontas como ator em produções de amigos, como Os Fabelmans, de Steven Spielberg. Ao declarar seu afastamento dos grandes sets de filmagem, Lynch explicou que o enfisema, em decorrência dos muitos anos em que fumou cigarros, o impedia de se locomover como antigamente, já que ele dependia o tempo todo de um tanque de oxigênio por perto.