O filme sobre saúde mental que uniu Ludmila Dayer, Anitta e Fernanda Souza
Documentário ‘Eu’ narra a saga de cura de Ludmila contra a síndrome do pânico e o diagnóstico de esclerose múltipla
Em 2019, a atriz Ludmila Dayer, então aos 36 anos de idade, sofreu o primeiro ataque de pânico – situação que se repetiu por dias. A busca para aplacar essa angústia passou por diversos profissionais, da psicoterapia à psiquiatria, até um mergulho na própria espiritualidade. Nessa trajetória, reuniu amigos, a começar pela atriz Fernanda Souza, para a realização de um documentário sobre saúde mental rodado em Varginha, interior de Minas Gerais. Enquanto editava o filme, o qual também dirigiu, Ludmila passou mal. Veio então outro choque: ela recebeu o diagnóstico de Epstein Barr Crônico, um dos fatores desencadeantes da esclerose múltipla. Tudo mudou então no filme Eu, documentário que estreia nesta quinta-feira, 29, na plataforma de streaming Aquarius. “Existem momentos pelos quais passamos na vida que a gente se questiona a razão. Esse filme é resultado dessa busca, de quando olhei para dentro de mim para entender o que estava acontecendo”, conta Ludmila em entrevista a VEJA.
Narrando em off sua experiência pessoal, enquanto Fernanda incorpora a jornada da amiga diante da câmera, Ludmila revela detalhes de sua vida pessoal e de como foi trabalhar os medos internos que a acompanhavam desde a infância. “Quando saí daquele período difícil e vi uma luz no fim do túnel, percebi que tive acesso a tantas pessoas, profissionais e informações bacanas que eu gostaria de passar tudo isso adiante.”
Nesse caminho, Ludmila se conectou com outra amiga famosa, a cantora Anitta, também diagnosticada com o vírus Epstein Barr e produtora associada do documentário. “Nós duas compartilhamos experiências. O Epstein Barr não é uma sentença. Ele se desenvolve de maneiras diferentes. Eventualmente, descobri que ele potencializa a síndrome do pânico. Então fui tratar uma coisa e percebi que tinha outra para olhar também”, diz Ludmila. A atriz afirma que optou por tratamentos alternativos, com alimentação e terapias, que a ajudam a conter os sintomas do pânico e da esclerose múltipla. “Tenho uma vida normal, mas cada corpo é um corpo”, diz.
O processo todo, apesar de doloroso, foi revelador. “Nunca me senti tão vulnerável. Achava todo dia que eu ia morrer. É enlouquecedor”, conta. “Agora, não tenho mais esse medo. Vivo em paz e penso em quem eu sou hoje e como posso ser uma pessoa melhor para todos à minha volta.”