O filme de Cannes que irritou Donald Trump e sofre ameaça de processo
Longa dirigido por Ali Abbasi, 'The Apprentice' ('O Aprendiz') narra a vida do magnata imobiliário nos anos 1970 e 1980 e contém cena de abuso sexual
Filme que conta um período da vida de Donald Trump, The Apprentice (O Aprendiz, em tradução direta), do diretor Ali Abbasi, estreou com barulho no Festival de Cannes nesta semana e já irritou o ex-presidente dos Estados Unidos. Estrelado por Sebastian Stan, o longa narra a vida de Trump nas décadas de 1970 e 1980 e tem uma cena polêmica: o então magnata imobiliário estupra sua primeira esposa, Ivana Trump. A sequência perturbadora já foi repreendida pela equipe do político, que pretende concorrer à presidência contra Joe Biden neste ano. De acordo com Steven Cheung, um funcionário da campanha de Trump, eles vão processar a produção do filme. “Estaremos entrando com uma ação judicial para abordar as afirmações flagrantemente falsas desses falsos cineastas”, declarou Cheung na segunda-feira, 20.
Nesta terça, 21, em uma coletiva de imprensa em Cannes, o diretor Ali Abbasi se limitou a dizer que: “Todo mundo fala sobre ele [Trump] processando muitas pessoas, mas não falam sobre sua taxa de sucesso [com esses processos]”, disse o cineasta.
The Apprentice narra a jornada de Trump (Sebastian Stan) tentando sair da sombra de seu pai bem-sucedido, Fred Trump — empresário que fez fortuna no ramo da construção civil –, com a ajuda do promotor Roy Cohn (Jeremy Strong), seu padrinho. Além de retratar a luta de Trump contra a calvície, cirurgias de lipoaspiração e abuso de anfetaminas, o longa aborda a fama ganhada com o livro The Art of the Deal, e a sequência em que o magnata abusa de Ivana (interpretada por Maria Bakalova). Na vida real, Ivana fez declarações públicas sobre o episódio e morreu em 2022. O filme foi aplaudido por 11 minutos após sua estreia em Cannes na segunda.
“Esse lixo é pura ficção que sensacionaliza mentiras que há muito foram desmascaradas. Tal como aconteceu com os julgamentos ilegais de Biden, esta é uma interferência eleitoral das elites de Hollywood, que sabem que o Presidente Trump irá retomar a Casa Branca e derrotar o seu candidato preferido porque nada do que fizeram funcionou”, declarou o porta-voz Cheug. “Este ‘filme’ é pura difamação maliciosa, não deveria ver a luz do dia e nem merece um lugar na seção de DVD direto de uma caixa de pechinchas em uma loja de filmes com descontos que em breve será fechada. Pertence a um incêndio em uma lixeira”, completou.
Apresentado em Cannes pela CAA, WME e Rocket Science, The Apprentice ainda não tem um distribuidor oficial e por enquanto segue sem previsão de estreia. Entretanto, o diretor gostaria que a obra fosse lançada em 15 de setembro, para coincidir com o segundo debate presidencial entre os candidatos à Casa Branca.
“Este não é realmente um filme sobre Donald Trump, é realmente um filme sobre um sistema e a forma como o poder percorre o sistema. Roy Cohn era um especialista na utilização desse sistema; ele ensinou Donald Trump. A ideia de que existe uma divisão acentuada nos Estados Unidos entre conservadores e liberais, acho que é uma fantasia. Muitas dessas pessoas vão aos mesmos eventos de caridade, às mesmas escolas “, disse Ali Abbasi em Cannes.
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