O bode expiatório culpado pelo fiasco de ‘Branca de Neve’ na bilheteria
Embora o filme seja recheado de polêmicas e críticas, produção parece já ter escolhido quem vai levar a culpa pela estreia abaixo das expectativas

O live-action de Branca de Neve estreou nos cinemas com uma bilheteria abaixo das expectativas, mas a produção — repleta de críticas e controvérsias desde o princípio — parece já ter encontrado um bode expiatório para culpar pelo fiasco: a protagonista Rachel Zegler e sua defesa vocal da causa palestina. Em um comentário apagado no Instagram, Jonah Platt, filho do produtor Marc Platt, acusou Rachel de atrapalhar o desempenho do filme ao “arrastar sua política pessoal” para a promoção da trama.
Conforme revelado pela Variety em uma reportagem recente, Marc Platt voou para Nova York para “repreender” a estrela do longa depois de um a publicação no X em que defendia a libertação da palestina. A mensagem foi publicada pouco depois de Zegler agradecer o público na mesma rede pelas 120 milhões de visualizações do teaser do filme em 24 horas, mas o “Free Palestine” teve quatro vezes mais visualizações do que a publicação relacionada ao longa. Três meses depois, após a eleição presidencial, a atriz fez publicações contra Donald Trump e seus apoiadores, fazendo com que Platt intervisse novamente e a Disney contratasse uma pessoa para examinar suas redes sociais até a estreia do filme.
“Sim, meu pai, o produtor de uma enorme parte da propriedade intelectual da Disney com centenas de milhões de dólares em jogo, teve que deixar sua família para voar pelo país para repreender sua funcionária de 20 anos por arrastar sua política pessoal para o meio da promoção do filme pelo qual ela assinou um contrato multimilionário para ser paga e fazer publicidade”, escreveu ele. “Isso é chamado de responsabilidade e prestação de contas adulta. E suas ações claramente prejudicaram a bilheteria do filme”, completou.
Na publicação agora apagada, o filho de Marc Platt afirmou ainda que “Liberdade de expressão não significa que você tem permissão para dizer o que quiser em seu emprego privado sem repercussões”, e acusou a atriz de “sequestrar a conversa para seus próprios desejos imaturos, arriscando todos os colegas, equipe e trabalhadores de colarinho azul que dependem do filme para fazer sucesso”. “Narcisismo não é algo para ser mimado ou encorajado”, finalizou.
Embora Rachel Zegler e sua vocalização política possam, sim, ter impactado o desempenho do longa, ela está longe de ser o único fator a atrapalhar a produção — pelos críticos, inclusive, sua atuação é apontada como uma das poucas coisas que se salva no filme. Israelense e ex-membro das forças de defesa do país, Gal Gadot sempre foi vocal em sua defesa de Israel, e foi criticada diversas vezes por sua posição em relação a guerra em Gaza. Sua presença no elenco, portanto, também gerou tentativas de boicote, principalmente por grupos árabes.
Além das posições políticas de ambas as protagonistas, o longa também se envolveu em controvérsias em relação ao tratamento e posterior exclusão de pessoas com nanismo e diversas outras mudanças feitas na história para torná-la menos “datada”, fazendo com que parte do público rejeitasse a trama por ser “woke”. Junte ao cansaço com remakes, uma série de atuações fracas, músicas sem carisma e visuais questionáveis e fica claro que o desempenho na bilheteria está longe de ser culpa exclusiva das falas de sua protagonista.
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